Vencedores da edição 2015 receberam a premiação em cerimônia em Brasília
Por Redação

O Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia agraciou nesta quinta-feira (1º), em Brasília (DF), os projetos vencedores da edição 2015. Foram premiados os primeiros lugares e menções honrosas em cinco categorias, que incluíram desde alunos do ensino médio até pesquisadores experientes. Para o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Alvaro Prata, o reconhecimento dos pesquisadores contribui para o desenvolvimento do país.
“Mais do que nunca precisamos de boas referências que influenciem novos jovens. Os pesquisadores, principalmente os mais novos, precisam saber que o Governo Federal reconhece o esforço que eles fazem. É muito gratificante premiar o trabalho daqueles que estão de alguma forma promovendo nosso desenvolvimento econômico e social”, afirmou.
O prêmio recebeu nesta edição um número recorde de participantes. Foram 399 inscrições de pesquisadores dos países-membros e associados ao Mercosul.
Vencedores
Na categoria Iniciação Científica, destinada a estudantes do ensino médio, foram vencedoras as alunas Márcia Cunha dos Santos e Carolina Rosa Kelsch, da Fundação Liberato, de Novo Hamburgo (RS). Com o projeto “Vênus – Localizador Vascular”, elas desenvolveram um método que facilita a localização das veias sanguíneas, o que beneficia, por exemplo, pacientes com câncer, crianças e idosos.
“A gente começou a analisar as tecnologias existentes no mercado e elas não eram eficientes. Então, a gente resolveu criar um equipamento para destacar as veias que não eram vistas a olho nu”, explicou Márcia.
Para Carolina, a premiação significa que elas estão no caminho certo. “É um incentivo pra gente e também para nossa escola saber que ela está fazendo certo ao incentivar o desenvolvimento científico dos alunos.”
A categoria Estudante Universitário premiou Caio Araújo Damasceno, da Universidade Federal do Piauí. O trabalho de conclusão do curso de Engenharia Elétrica sobre próteses robóticas de baixo custo está ganhando forma e já tem um protótipo. “Uma prótese mio elétrica no mercado custa hoje em torno de R$ 150 mil reais. A gente conseguiu desenvolver um protótipo funcional por menos de R$ 500. Assim, a gente pode atender a população que não teria acesso a essa tecnologia”, relatou.
Na categoria Integração, que reconhece equipes de pesquisa com membros de mais de um país, o prêmio foi para o Instituto de Física da Universidade de São Paulo em São Carlos. O time pesquisa desde 2008 um tratamento para as lesões causadas pelo vírus HPV no colo do útero de mulheres infectadas. “Estamos tratando mulheres utilizando a terapia fotodinâmica em lesões pré-cancerígenas para evitar um futuro câncer. A vantagem é que essa é uma técnica não invasiva”, disse Fernanda Carbinatto.
O aparelho que o instituto criou já foi aprovado para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O argentino Nestor Ghenzi foi o agraciado na categoria Jovem Pesquisador. Ele desenvolveu um tipo de memória, como as usadas em computadores, resistente à radiação. A tecnologia pode ser usada na indústria aeroespacial, principalmente na produção de satélites. “A premiação de hoje é um bom reconhecimento para seguir trabalhando e melhorar”, comemorou.
Já a categoria Pesquisador Sênior reconheceu o trabalho do professor do Departamento de Farmácia da Universidade de Brasília Guilherme Martins Santos. O projeto iniciado em 2011 consiste no desenvolvimento de uma droga capaz de agir na estrutura do DNA e inibir a multiplicação de células com câncer. Na opinião do professor, a premiação ajuda na divulgação da pesquisa e na obtenção de financiamentos. “O reconhecimento é sempre gratificante. Mais que isso, representa a importância que a ciência e tecnologia têm no nosso país”, conta.
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