Acesse os dados do ecossistema mineiro de inovação

Acessar SIMI Database

InicialBlogNotíciasPesquisa da UFMG utiliza biote...

Pesquisa da UFMG utiliza biotecnologia para poupar animais de laboratório

Testes de antivenenos são realizados com células criadas em laboratório


Por Redação

Um novo método para a realização de testes de antiveneno desenvolvido por pesquisadores mineiros pode servir para substituir os famosos roedores de laboratórios e poupar a vida de milhares de animais. Coordenado pelo professor Carlos Delfín, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o grupo está utilizando a biotecnologia na produção de imunobiológicos utilizados no tratamento e na prevenção de acidentes por animais peçonhentos.

A pesquisa consiste em criar uma nova metodologia em que o veneno da jararaca e o antiveneno são injetados em células cultivadas em laboratório. Se a reação apresentar resultado positivo e a célula mantiver suas funções normais, significa que o veneno foi neutralizado e o antídoto já pode passar para a fase de fabricação final.

Dessa maneira, a metodologia permitirá que mais de 70 mil roedores sejam poupados por ano, considerando apenas a produção de antivenenos em uma única instituição, o que representa uma vantagem ética e uma redução de custos para a cadeia científica.

Para o futuro, o grupo busca uma parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed). O objetivo é que a fundação insira essa metodologia no escopo de seus trabalhos, uma vez que a Funed é referência no desenvolvimento de produtos envolvendo toxinas e sorológicos.

Cenário

A iniciativa dos pesquisadores da UFMG vai de encontro a uma tendência mundial. A utilização de animais em testes de controle de qualidade tem sido proibida em muitos países.

O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) reconhece 17 métodos alternativos aos testes em animais. A maioria deles envolve pesquisas relacionadas à produção de cosméticos que possuem potencial de substituição sem a utilização de animais. Além da produção de antivenenos, o emprego da engenharia genética e tecidos celulares artificiais podem ser utilizados em testes que verificam alergias, dor e irritabilidade, por exemplo. Testes em ambientes controlados e modelos computacionais, cujos resultados são mais precisos, também são outras opções.

A partir de 2019, devido à Resolução Normatica Nº 18, de 2014, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Brasil não poderá mais utilizar animais em quaisquer experimentos científicos, e não somente para testes de cosméticos. Diante disso, experiências com os bichinhos na produção de cosméticos já foram proibidas em vários estados do Brasil.

Fonte:

Cesta De Compras