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Tecnologia mineira monitora Aedes aegypti a partir da frequência do batimento das asas

Objetivo é conter o avanço dos mosquitos a partir de informações mais exatas referentes a prevalência do Aedes aegypti


Por Redação

Responsável pela transmissão de várias doenças como a dengue, o zika vírus, a febre amarela e a chikungunya, o Aedes aegypti ainda é uma grande ameaça à saúde e à vida dos brasileiros. De acordo com o mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelo Ministério da Saúde, 22% dos municípios brasileiros apresentaram um alto índice de infestação em junho de 2018, o que indica que um novo surto de dengue, zika e chikungunya pode ocorrer ainda neste ano.

Com o objetivo de auxiliar as ações de prevenção a essas doenças, um projeto desenvolvido no Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de MG, pretende utilizar a tecnologia IoT para realizar o monitoramento e conter o avanço dos mosquitos vetores.

O projeto, coordenado pelo professor Joel Rodrigues e conduzido pelo estudante de mestrado Diego Amorim, integra as pesquisas do Grupo de Estudos em IoT, Inatel – IoT Research Group. Seu principal intuito é obter informações mais exatas referentes à prevalência do Aedes aegypti em determinadas áreas, com base na população de mosquitos e não nos focos de larvas, como atualmente é feito.

Professor Joel Rodrigues e estudante de mestrado Diego Amorim lideram a pesquisa
Crédito: Inatel/Divulgação

“Os focos de larvas não refletem necessariamente onde o mosquito vive e essa informação é importante para auxiliar as entidades públicas a criarem políticas mais ajustadas e próximas do real. Além disso, o monitoramento hoje em dia depende totalmente de onde as equipes de Saúde podem chegar e com o nosso projeto conseguimos monitorar inclusive áreas remotas”, explica Diego.

O sistema criado é capaz de identificar o Aedes aegypti por meio de técnicas de sensoriamento seletivo baseadas na frequência do batimento das asas dos mosquitos, que segundo as pesquisas desenvolvidas pela equipe, varia de acordo com a espécie e o gênero dos insetos. “Estamos utilizando duas abordagens tecnológicas para a identificação dos mosquitos: uma acústica e outra óptica-eletrônica. As duas abordagens podem ser inseridas em um cenário de IoT onde será feito o processamento e análise de dados para a identificação, contagem e monitoramento da população de mosquitos”, indica o professor Joel.

Sistema é capaz de identificar e mapear mosquito Aedes aegypti
Crédito: Inatel/Divulgação

De acordo com Diego, as estruturas ópticas têm baixíssimo consumo energético e de processamento de dados em relação às estruturas acústicas, o que possibilita que o equipamento final tenha grande autonomia, podendo ser instalado em um lugar remoto e funcionar por muito tempo. A solução propõe ainda uma armadilha para eliminar os mosquitos identificados como transmissores de doenças (as fêmeas do Aedes aegypti), evitando recorrer a métodos que possam agredir o meio ambiente ou causar mutações nos mosquitos que, a longo prazo, podem aumentar sua resistência biológica.

O projeto é demonstrado na dissertação de mestrado do pesquisador e já gerou vários artigos científicos que estão sendo apresentados em congressos científicos pelo mundo todo. Alunos do curso de Engenharia Biomédica também auxiliam na pesquisa.

Prêmios de inovação

O projeto recebeu o 1º lugar no III Prêmio LF de Inovação em Computação, cuja premiação foi realizada na última semana durante o Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web – Webmedia 2018, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O prêmio tem o objetivo de homenagear professores e alunos envolvidos em projetos que utilizam tecnologias da informação e comunicação para a melhoria da sociedade. Como prêmio, Diego Amorim terá a oportunidade de fazer um estágio no Instituto Federal do Ceará (IFCE) e receberá mil dólares para aplicar em seu projeto de pesquisa.

Recentemente, um dos artigos referentes ao projeto foi apresentado na terceira Conferência Internacional de Tecnologias Inteligentes e Sustentáveis, SpliTech 2018, realizada na cidade de  Split, na Croácia, e recebeu o prêmio de melhor trabalho do evento.

Fonte: Inatel

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