Aquecimento da Tríplice Hélice pode ajudar a aproximar a pesquisa dos consumidores finais
Por Redação
CTWeb, que realiza trabalhos em ciência da informação
Minas Gerais é o estado com o maior número de instituições federais do Brasil, abrigando 22 instituições de ensino superior, entre Institutos Federais de Tecnologia e Universidades Federais. Com parte dessas instituições bem colocadas nos rankings de qualidade do ensino superior, Minas conta com um grande número de profissionais qualificados. Ainda assim, a pesquisa que começa no ambiente acadêmico encontra entraves para chegar até o mercado.
Segundo dados do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), nas últimas três décadas, o estado deteve 17,7% de todas as patentes depositadas por universidades no Brasil. O que evidencia a importância mineira para a ciência do país.
A tríplice Hélice
Um modelo de organização que vem para tentar enfrentar este desafio são os Centros de Tecnologia (CTs) – organizações ligadas às universidades com o objetivo de estreitar as relações entre pesquisadores acadêmicos e empresas. A iniciativa é recente no Brasil, mas já vem sendo testada há décadas internacionalmente.
No BH-TEC, são três CTs em funcionamento, ligados à UFMG: o CTNanotubos, especializado em ciência e engenharia de materiais; o CTWeb, que realiza trabalhos em ciência da informação; e o CTVacinas, na área de biotecnologia.
Como um ambiente alternativo, os Centros de Tecnologia permitem que academia e empresas possam trabalhar em um esquema de colaboração que oferece vantagens para as duas partes. “Acredito que o modelo do CT oferece um mecanismo não-predatório, ou seja, promove a sinergia entre os dois lados sem que suas dinâmicas de trabalho sejam afetadas”, completa o pesquisador Wagner Meira, coordenador do CTWeb.
Encontro com a inovação
Para apresentar às entidades, como FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), soluções tecnológicas que vem sendo desenvolvidas nos Centros de Tecnologia (CTs), assim como fazer um balanço dos resultados obtidos nos últimos anos, o BH-Tec promoveu o encontro ‘Centros de Tecnologia: Cenário Atual e Perspectivas’, na sua sede, no bairro Engenho Nogueira, em BH.
Viabilizando ideias inovadoras
A pesquisa acadêmica pode ter impactos para a sociedade a médio e longo prazo. Já a pesquisa aplicada, direcionada para a criação de um produto, tende a ter desdobramentos mais rápidos. “Temos vários resultados de pesquisa em fase de protótipo, e há uma distância razoável até esse produto chegar no mercado”, esclarece Wagner Meira. Criado a partir do Inweb (Instituto Nacional de Tecnologia para Web), o Centro de Tecnologia faz uma ponte entre pesquisas com potencial de mercado desenvolvidas no instituto – materializada em forma de know-how – e o interesse das empresas.
Exemplo dessa sinergia é o Observatório da Web, um projeto que teve início há sete anos com o objetivo de analisar e agregar valor aos dados gerados na web em tempo real. Hoje, a tecnologia se desdobra em vários outros projetos, desenvolvidos em parceria com empresas – como o Observatório do Automóvel, concebido em conjunto com a empresa de tecnologia A3Data, que tem a FIAT como um dos clientes interessados. A partir de dados gerados na web e em redes sociais – comentários, avaliações, cliques –, a tecnologia usa da inteligência analítica para gerar informações sobre o mercado automobilístico.
*Com informações da UFMG e BH-Tec
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