Projeto financia, sem reembolso, até um terço de projetos contratados por parceiros da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)
Por Da redação
Em palestra no campus Pampulha da UFMG, em evento na última semana, o professor Jorge Almeida Guimarães apresentou o modelo operacional praticado pela Embrapii, que financia sem reembolso até um terço do valor dos projetos contratados com empresas parceiras. O Sistema Embrapii funciona por meio do credenciamento de unidades em Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).
O contrato assinado com a UFMG durante o evento credencia o Departamento de Ciência da Computação (DCC) a sediar a Unidade Embrapii DCC-UFMG – Software para Sistemas Ciber-Físicos. “Estamos certos de que o esforço, a iniciativa e o êxito do DCC ao concorrer à chamada da Embrapii servirão de exemplo para outros departamentos da Universidade”, afirmou o reitor Jaime Ramírez.
Ao abrir o evento, em auditório do Instituto de Ciências Exatas (ICex), no campus Pampulha, o reitor destacou aspectos da trajetória de Jorge Almeida Guimarães, que presidiu a Capes por 11 anos, é pesquisador sênior do CNPq, professor titular aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador do Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde coordena o Laboratório de Bioquímica Farmacológica.
“Sua presença à frente da Embrapii é uma segurança para todos nós, conhecedores do seu dinamismo e do esforço que o senhor tem empenhado para que todo o conhecimento produzido nas nossas instituições seja compartilhado e transferido para as indústrias do país”, disse o reitor.
Recursos
A Unidade Embrapii DCC-UFMG vai receber cerca de R$ 13 milhões em seis anos e deve realizar prospecção de empresas que tenham interesse em trabalhar, de forma cooperativa, no desenvolvimento de plataformas computacionais capazes de coletar dados das mais diversas fontes, armazená-los e processá-los de modo a gerar conhecimento para orientar tomadas de decisão.
“Esse modelo veio para trazer uma aproximação cada vez maior entre os ICTs e as empresas”, afirmou Jorge Almeida Guimarães, ressaltando que os recursos da Embrapii são privados, o que confere flexibilidade e agilidade aos contratos. Segundo ele, com o credenciamento de novas unidades e o funcionamento das 28 já existentes, o Sistema Embrapii espera reverter, até 2019, o índice de aplicação de recursos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no país, que hoje é de 60% de fontes públicas e 40% privadas.
Guimarães lamentou a falta de centros de P&D nas indústrias brasileiras e o baixo investimento privado em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Também lembrou que nas últimas seis décadas houve grande investimento governamental em recursos humanos e capacitação de grupos de pesquisa em ICTs.
Jorge Almeida Guimarães também defende que o Brasil aplique 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em Ciência e Tecnologia, como fazem os países desenvolvidos, e não apenas o índice de 1,2% empregado atualmente. Citando pesquisa publicada em 2014 pela revista Science, Guimarães mostrou que as nações que estão à frente no investimento em ciência possuem 3 mil cientistas e engenheiros por milhão de habitantes, enquanto no Brasil essa relação é de apenas 700 por milhão.
Pioneirismo
O comitê gestor da Unidade Embrapii DCC-UFMG é composto pelos professores Geraldo Robson Mateus, Alberto Laender, Nívio Ziviani, Mário Montenegro Campos, Wagner Meira Júnior e Antônio Alfredo Loureiro.
O chefe do DCC, Nagib Cotrin Árabe, explica que a Embrapii é uma associação criada com a participação do governo federal para melhorar e acelerar as inovações na indústria brasileira. Em sua opinião, a parceria vai permitir que o DCC aumente sua interação com a indústria brasileira no desenvolvimento de projetos que resultem em produtos inovadores, tanto na área de tecnologia da informação como em setores correlatos que utilizam a informação e a comunicação como insumos para solucionar seus problemas.
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