A empresa 3D Lopes levou dois meses para produzir o objeto
Por Redação

Com o coração cheio de alegria Matheus Rodrigues Hubner Moreira, de 11 anos, mandou avisar: “Meu pai está lascado comigo. Agora vou poder fazer cócegas nele o tempo todo”. Devido a uma malformação, o grande Matheus nasceu sem três dedos da mão esquerda. Após dois meses de muita expectativa, o garoto de Manhuaçu, região da Zona da Mata mineira, recebeu na última semana uma prótese desenvolvida por engenheiros da 3D Lopes, empresa tecnológica incubada do Cefet/MG, e por técnicos do Laboratório Aberto da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
Apaixonado por futebol, Matheus não perdeu tempo e foi logo para o pátio do laboratório jogar na posição de goleiro. O garoto, que sonha em vestir a camisa 11 do Cruzeiro, usou a prótese para fazer defesas e ostentar o apelido de “muralha”. “Lá na escola meus colegas falam que eu já agarrava muito. Agora, então, vai ser ainda mais”, brincou.
Após assistirem a uma reportagem na televisão que contava a história de um menino com o mesmo problema do filho, os pais de Matheus, Wesley Moreira e Marcelle Rodrigues, começaram a sonhar com a possibilidade de uma prótese que atendesse a necessidade do garoto. “Na ocasião, foi construída uma prótese para ele em um laboratório de inovação. Eu vi aquilo e entrei em contato para saber se não seria possível fazer o mesmo para o Matheus”, conta Marcelle. A partir dali, o sonho começou a ganhar forma quando ela chegou até o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Rio de Janeiro, onde ouviu que a mesma instituição em Belo Horizonte poderia ajudá-la. Após realizar contato com a gestora do Laboratório Aberto, estrutura do Sistema Fiemg que recebe projetos inovadores, ela vislumbrou a solução que poderia deixar o pequeno Matheus muito feliz. “Chamamos a família para uma reunião com a 3D Lopes, que já tinha desenvolvido uma prótese parecida. Chegamos à conclusão de que daria para fazer, seria inovador e teria um custo bem interessante”, afirma Márcia Andrade Carmo de Azevedo, gestora do Laboratório Aberto.
Para realizar o sonho de Matheus, os sócios Daniel de Paula Lopes e Jonatas Rafael Rodrigues usaram uma impressora 3D para fabricar a peça. Eles trabalharam por dois meses para chegar ao formato final. “É uma alegria muito grande, porque podemos usar nosso conhecimento e nossa formação como engenheiros e a nossa impressora para fazer a diferença na vida de uma pessoa. Ainda mais uma criança tão alegre como o Matheus”, comemora Jonatas. “Eu achei muito interessante o processo, pois foi muito rápido e eu nunca tinha visto nada parecido”, diz o pai.
A prótese foi entregue em uma embalagem de presente. Como já tinha contato com o equipamento para fazer os moldes, Matheus encaixou rapidamente o objeto e começou a movimentar os dedos, o que arrancou aplausos e lágrimas de quem presenciou o momento. “Eu estava nervoso e ansioso, mas muito feliz porque eu sabia que ia conseguir juntar meus cinco dedos. É um sonho de pequeno. Estou muito ansioso para mostrar para os meus colegas”, comenta o garoto.
Como tem apenas 11 anos, Matheus vai ganhar outras próteses que se encaixem melhor para cada etapa de sua vida. O projeto foi viabilizado graças a um financiamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A prótese custou cerca de R$ 1 mil.
Fonte: Estado de Minas