Recentemente, Cataki venceu prêmio de inovação na França; app não demanda muita tecnologia
Por Redação
Problemas reais demandam ações efetivas. Realizar o descarte correto de materiais recicláveis não é uma das tarefas mais simples. São poucas as cidades com coleta seletiva. Segundo um estudo realizado pela CEMPRE, em 2016, pouco mais de 1.000 municípios contam com a coleta seletiva e destinam os resíduos para reciclagem no Brasil.
Foi a partir desse problema que o grafiteiro e ativista Mundano idealizou o Cataki, aplicativo que conecta catadores com pessoas e empresas que querem descartar materiais recicláveis. De julho a fevereiro de 2018, o app já recebeu registro de mais de 300 catadores e 30 cidades brasileiras.
Engana-se quem pensa que a tecnologia é restrita a quem tem smartphones. Breno Castro Alves, coordenador do projeto, explica que, como se trata de “uma população muito vulnerável que ainda sofre com a exclusão digital”, foi pensado um conceito colaborativo que não demanda muita tecnologia. Ainda de acordo com Breno, o Cataki propõe um contato real, permitindo que pessoas de diferentes classes sociais conversem sobre um problema comum.
Os catadores são cadastrados num banco de dados e começam a receber ligações dos usuários do app que querem descartar móveis, eletrônicos, vidro e papéis. Ainda de acordo com o coordenador, pelo próprio aplicativo é possível ver o perfil dos catadores mais próximos e fazer uma ligação para combinar o horário e local da coleta. Além disso, por meio do app é viável estipular o preço do serviço.
Reconhecimento internacional
O projeto já deu certo. Prova disso é que em meados de fevereiro, ele venceu o prêmio de inovação do fórum Netexplo, em Paris, concedido a projetos de tecnologia com maior impacto social e nos negócios.
Ao todo, foram dois mil projetos avaliados pelo fórum, observatório independente de estudos sobre o impacto de tecnologias na sociedade e nos negócios, em parceria com a Unesco. E o Cataki foi o grande vencedor.
Confira abaixo o vídeo e saiba como funciona o app:
Fonte: CicloVivo