Objetivo é saber se medicamento produzido pela indústria nacional tem mesma eficiência de produto importado
Por Redação

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai comparar dois medicamentos que são considerados equivalentes para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), um método de prevenção à infecção pelo vírus da Aids.
A PrEP é uma pílula antirretroviral que forma uma barreira química e impede a infecção por HIV. Seu uso deve ocorrer diariamente e depende de prescrição e acompanhamento médico. Se tomado corretamente conforme as orientações, sua proteção pode alcançar percentual próximo a 100%. Especialistas recomendam que o método deve ser combinado com outras medidas, incluindo o uso de preservativos, que protege contra as demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
A marca mais difundida no mercado internacional é o medicamento Truvada, da empresa norte-americana Gilead. Trata-se de uma associação dos fármacos Emtricitabina e Tenofovir importada e distribuída pelo SUS.
Por outro lado, alguns laboratórios brasileiros produzem um medicamento que já foi apontado como equivalente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se da associação entre Lamivudina e Tenofovir. No Brasil, porém, a combinação desses dois fármacos não é usada para a PrEP, mas geralmente é prescrita para mães grávidas soropositivas, pois atua para impedir a transmissão do vírus ao bebê.
A ideia dos pesquisadores é entender se o Tenofovir associado à Lamivudina tem a mesma eficiência quando associado à Emtricitabina. Dessa forma, o resultado poderia dar segurança para que a combinação pudesse ser usada para a PrEP pelo governo brasileiro, privilegiando a indústria nacional.
A pesquisa da UFMG, no entanto, se classifica como um estudo clínico de fase 2, que avaliará a segurança e aceitabilidade da medicação. A eficácia é analisada com mais detalhamento na fase 3, que envolve um número maior de pessoas, embora algumas sinalizações já possam ser observadas na fase 2.
Recrutamento
Para realizar o estudo, o grupo de pesquisa está recrutando voluntários para executar os testes com os medicamentos. Podem participar homens que fazem sexo com outros homens e pessoas trans com pelo menos 18 anos.
Os interessados devem buscar o Centro de Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias Orestes Diniz, no centro de Belo Horizonte. Haverá uma triagem e serão selecionadas 200 pessoas. Metade delas fará uso de um dos medicamentos e a outra metade do outro. Os participantes não saberão qual versão estarão tomando. O acompanhamento se dará ao longo de 12 meses.
Fonte: Agência Brasil