Uma agrotech ameaça o mercado de carnes; startup produz carne de atum sem pescar nenhum peixe
Por Redação

A indústria da carne movimenta bilhões de reais por ano. O Brasil, por exemplo, tem duas das maiores processadoras de proteína animal do mundo, a JBS e Marfrig. Somente em 2017, o país exportou 6,54 milhões de toneladas de proteína, totalizando mais de US$ 15 bilhões. Atualmente, o gado bovino brasileiro tem mais de 200 milhões de cabeças.
Apesar dos números expressivos, este mercado está ameaçado. Pela primeira vez, uma inovação surgida no Vale do Silício tem trazido incômodo aos grandes produtores mundiais de carne.
A empresa Impossible Foods, do setor agrotech, desenvolveu o primeiro hambúrguer do mundo de base vegetal. Eles garantem que o sabor e aroma são idênticos à carne bovina. Mas como ele é feito? Proteínas de trigo e batata, diversos vegetais, óleo de coco, vitaminas e leghemoglobina, extraído da raiz da soja compõem o produto.
E o aspecto? Parece mesmo uma carne? Sim! O último ingrediente, conhecido como “heme”, é um líquido vermelho que dá aquele aspecto suculento e o sabor de carne bovina ao hambúrguer. Quem comeu afirma que pode facilmente substituir a carne bovina, garantindo que o cheiro, o sabor e até o barulho do hambúrguer fritando são idênticos ao original.
O novo hambúrguer já está à venda em dezenas de lanchonetes americanas, incluindo a rede de fast-food White Castle. A empresa tem Bill Gates como um dos investidores e já recebeu mais de US$ 100 milhões em diversos aportes.
Carne de atum sem pescar nenhum peixe
Em breve, o atum que você consome não virá do mar.Não, nós do SIMI não estamos loucos. É que a startup americana Finless Food criou carne de atum a partir da multiplicação de células-tronco do peixe.
As células, derivadas dos músculos do atum, permitiram que os os cientistas da empresa conseguissem isolar as partes desejadas e produzir um material quase idêntico à carne original do atum.
O “atum de laboratório” já pode ser encontrado em restaurantes sofisticados dos Estados Unidos. No futuro, o objetivo é levar o produto para supermercados e distribuí-lo em grandes quantidades.
Mas não é só o avanço tecnológico que deve ser comemorado. Essa inovação também é um passo importante no sentido da conservação de muitas espécies marinhas, uma vez que a tecnologia pode ser aplicada em outros peixes e frutos do mar.
A empresa tem como missão levar frutos do mar sustentáveis e deliciosos para o mundo, sem ter que cultivar ou colher peixes vivos do oceano. Michael Selden, cofundador e CEO da startup, explica mais sobre o assunto no vídeo abaixo:
Esse pode ser o primeiro passo para uma revolução gigantesca na indústria de proteína animal. Se a Impossible Foods e a Finless Food forem bem-sucedidas no que estão fazendo e as pessoas a aceitarem, a carga ambiental que eles removerão será tão grande que os benefícios são imensuráveis.
Fonte: Startarse