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A tecnologia e a inovação invadem também o campo das artes

Público marca presença em evento com representantes do cenário das artes para discutir como a inovação também pode chegar a esse setor tão tradicional


Por Alysson Lisboa

A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica – defendida por Walter Benjamin deixa em suspeição a ideia da aura de uma obra de arte. Pode um robô produzir arte? Durante evento realizado no Prédio Rainha da Sucata, na Praça da Liberdade, essa e outras discussões deram a tônica do evento no qual a arte gerativa ganhou destaque. Esse termo, ainda novo para a maioria das pessoas, refere-se à arte que, no todo ou em parte, foi criada com o uso de um sistema autônomo – aqui podendo ser chamado de robô.

Desenvolvedores interessados nessa vertente da programação e iniciantes em arte generativa por meio da tecnologia puderam conversar sobre o tema. Quem abriu o evento foi Tássia Junqueira, especialista em inovação, empreendedorismo e cultura empreendedora. “Geralmente falamos muito sobre inovação e empreendedorismo, mas não no âmbito artístico. Esse evento veio exatamente para inspirar as pessoas a abrirem suas mentes e perceberem que a criatividade somada à tecnologia não tem limites, principalmente quando se fala de experiência”, ressaltou Tássia.

Quem comandou a noite foi Sandro Miccoli. Ele se intitula um creative technologist e mora em Belo Horizonte. Sandro conversou com exclusividade com o Simi. Confira a entrevista na íntegra:

Simi: Como especialista em tecnologia e instalações interativas, você não acha que instalações como FILE (SP) e FAD perdem um pouco a magia, uma vez que a tecnologia já está muito inserida na nossa sociedade?

Sandro: A tecnologia, cada vez mais, se torna ubíqua no cotidiano das pessoas, principalmente no âmbito da comunicação e das relações sociais digitais. Festivais como FILE e FAD são essenciais para fazer justamente o contrário: exaltar e promover a magia que a tecnologia, aliada à arte, pode causar nas pessoas.

Simi: Como a tecnologia pode ajudar as artes como um todo? Além de equipamentos, o que a tecnologia pode fazer pela arte?

Sandro:A tecnologia digital faz parte do período histórico que estamos passando, da mesma forma que as tecnologias de impressão, tinta, pintura e fotografia fizeram nos seus respectivos momentos de ascensão. Similar a essas outras ferramentas, a tecnologia digital permite a expansão da criatividade humana, seja na esfera artística ou em qualquer outra.

Simi: Você trabalha em uma escola infantil. Como as crianças reagem à tecnologia? Para eles não é uma coisa natural ainda?

Sandro: Estamos passando por momentos de transformação justamente no como as crianças reagem e interagem com a tecnologia. É natural para as crianças apenas usarem a tecnologia. Jogar um jogo, ver um vídeo, acessar redes sociais… Tudo isso é intuitivo, fácil e acessível. O maior desafio é sair de uma posição passiva de apenas absorver conteúdos digitais e passar a criar com essas novas ferramentas. Além disso, é de extrema importância ensinar princípios de cidadania digital, para que as crianças possam ter uma visão crítica das relações sociais nas redes e poderem participar de forma consciente e responsável.

Simi: O que você apresentou no evento realizado e como foi a reação da audiência?

Sandro: Nesse evento, convidei os artistas/programadores Henrique Roscoe e Gustavo Brunoro para falarmos um pouco de inovação, arte e tecnologia e, ao final do evento, realizarmos uma performance audiovisual improvisada juntos. Apresentei uma pequena contextualização da sobreposição desses tópicos, buscando desde exemplos históricos até aplicações atuais. Logo em seguida, o Henrique Roscoe apresentou seus trabalhos, que vão da construção de instrumentos e instalações interativas até a projeção em larga escala para eventos musicais e de arte digital. Ao final, Gustavo Brunoro falou e exemplificou o que é live coding, mostrando na prática como é a criação de música generativa por meio de código. Concluímos com uma apresentação audiovisual que mesclou live coding de visuais (feito por mim) com uma criação musical híbrida, misturando live coding (Brunoro) com sintetizadores analógicos e instrumentos audiovisuais personalizados (Roscoe). A reação do público nos surpreendeu, tivemos um tempo ao final da apresentação para perguntas e trocas, que foi bem positivo. Além disso, também aproveitamos esse tempo final para interagir com o público por meio de uma instalação interativa que utiliza um sensor 3D para fazer a captura e projeção dos corpos virtuais dos visitantes em tempo real.

Fonte:

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