Realizado no início deste mês, em Brasília, encontro gerou uma série de discussões sobre o tema com importantes painelistas
Por Alysson Lisboa

Quase 25% da população brasileira é composta por pessoas com algum tipo de deficiência. De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência (PCDs) e isso torna imperativo que políticas públicas estejam na pauta.
Durante o evento, Kátia Ferraz, coordenadora da Rede Mineira de Tecnologia Assistiva da Sedectes, marcou presença no fórum e mostrou como Minas Gerais tem avançado nesse campo. Apenas em Minas Gerais, 4,7 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência.
O evento foi organizado Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e ao final foi emitido um relatório no qual Minas Gerais serviu de exemplo para o todo o país. Segundo Kátia, somos o único estado da Federação com um trabalho robusto sobre tecnologia assistiva. “Fiquei muito contente em saber que eles querem nosso trabalho como exemplo para os demais estados”, comemora Kátia.
O Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva – CNRTA, a Rede Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e a Rede Mineira de Tecnologia Assistiva expuseram seus trabalhos. Gustavo Frayha, diretor de gestão das unidades de pesquisa e organizações sociais; Regina Maria Thienne Colombo, coordenadora técnica do CNRTA; e Kátia Ferraz Ferreira, coordenadora da Rede Mineira de Tecnologia Assistiva), mostraram a evolução nos últimos anos. Na formulação do relatório final, eles elencaram a Rede Mineira de Tecnologia Assistiva da Sedectes como um caso de sucesso cuja gestão e iniciativa de articulação de diversos programas possibilitam a disseminação do conhecimento em tecnologia assistiva.

Investimento em inovação
Outro tema bastante debatido no evento foram os investimentos dos empresários em design de produtos. É preciso entender que o design pode ajudar a melhorar não apenas a qualidade de vida das pessoas, mas também melhorar suas funcionalidades. Grande parte da tecnologia hoje é importada, apenas 30% são fabricados no Brasil. Desse modo, o acesso a próteses de alta tecnologia, por exemplo, fica restrito a uma pequena parcela da população. É preciso reduzir a carga tributária desses produtos e fazer com que o ministério e as fundações estejam mais unidas.
Minas Gerais é o estado com o maior número de polos tecnológicos – ao todo são seis -, e não podemos deixar de incluir o desenvolvimento de novos produtos para pessoas com deficiência nesses polos. Enquanto o Brasil não valorizar a pesquisa interna e pensar em uma maneira de incluir os mais diversos setores de pesquisa, seremos fadados a comprar tecnologia e vender matéria prima.
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