O combate ao tráfico de drogas é um problema difícil de resolver, mas a tecnologia pode ser um novo aliado
Por Alysson Lisboa com agências

A Holanda é um dos maiores produtores de drogas sintéticas do mundo. Em 2017, estima-se que o tráfico desse tipo de droga gerou uma receita de aproximadamente 18,9 bilhões de euros. Mas esse dado alarmante pode estar com os dias contados.
A partir deste mês a polícia holandesa, o Instituto Holandês de Tecnologia, Proteção e Segurança (DITTS) e o serviço postal e de e-commerce unirão forças para testar um scanner que usa inteligência artificial para detectar a presença de drogas sintéticas em correspondências do país.
A máquina executa um software que, além das drogas, pode detectar outros objetos ilegais, como armas e explosivos. Nos primeiros três meses, o equipamento será usado apenas com foco em drogas sintéticas, como ecstasy e LSD.
Segundo Jean-Paul Kuijpers, ex-policial que se tornou empresário e está ajudando no desenvolvimento da nova ferramenta, essas drogas são enviadas em muitas formas diferentes. Com isso, o algoritmo da máquina terá que procurar por diferentes características identificáveis, como peso e densidade.

Kuijpers acredita que a máquina será eficaz para encontrar diversas mercadorias ilegais, especialmente após alguns meses de “treinamento” do algoritmo. Embora o equipamento possa deixar o processo mais eficiente em combinação com a IA, sua precisão ainda é limitada. Por isso, mesmo algumas startups do país já analisam outra opção, que usa ativação de nêutrons para detectar melhor as substâncias ilegais.
Outra barreira é contornar a questão de sigilo de correspondência, uma vez que as correspondências seladas só podem ser abertas com o consentimento de um promotor público especial, e somente quando houver uma suspeita bem fundamentada.
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