Além de desenvolverem suas startups, os empreendedores contam como evoluíram profissionalmente e pessoalmente durante a 5ª rodada do Seed
Por Renato Carvalho/SIMI

A quinta rodada de aceleração do Seed está chegando ao fim. Após seis meses de aceleração, os empreendedores participantes alcançaram grandes resultados, que serão apresentados no Demoday, no dia 30 de janeiro, e desenvolveram suas startups, assim como suas habilidades.
Após mais de mil horas de aprendizado, os empreendedores chegam ao final do processo com uma bagagem cheia de conhecimentos e com suas empresas mais estruturadas para enfrentar e se destacar no mercado.
São vários exemplos de conquistas ao longo do processo de aceleração. Veja alguns empreendedores que tiraram proveito do Seed.
Para André Paes, CEO da Boavinda, empresa de portaria remota, o ponto principal da rodada foi a convivência com empreendedores e com o ecossistema. “É muita gente fazendo muita coisa e sempre tem alguém que entende um pouquinho daquilo que você está precisando”, disse. Além disso, o empreendedor acredita que evoluiu bastante na maneira de fazer e pensar negócios.

Representando a Insinis, plataforma digital de conserto de smartphones e tablets, o CEO Eduardo Borges, aponta que o Seed ajuda a encontrar os melhores caminhos para fazer o negócio prosperar. “Antes, nossa startup não tinha muitos processos definidos, como um roadmap e uma persona. Conseguimos adquirir mais maturidade para trabalhar nesses altos e baixos que é empreender”, avaliou. O CEO destacou que a aceleração o ajudou a ter foco e a dar um passo de cada vez.

Engana-se quem pensa que um processo de aceleração ajuda a evoluir apenas as startups. As pessoas também se desenvolvem e descobrem novas habilidades. Foi o caso da Sandrelise Chaves, COO da SporTI. “Foi um processo de descoberta de quem eu sou, de como tenho um potencial como empreendedora e como pessoa, de conectar e gerar valor para pessoas. Com essa transformação pessoal de ter descoberto habilidades e conhecimento, eu consegui agregar valor à SporTI”, disse. A startup já tinha um produto e mercado, mas os empreendedores tinham dúvidas de como encaminhar o negócio. “O Seed veio entregar uma série de conhecimentos e mecanismos para que encontrássemos a saída. Conseguimos assinar contratos muito importantes e nosso nível de maturidade evoluiu bastante”.

Com experiência em gestão, o CEO da ComOferta.com, Feliciano Abreu, conta que o Seed o ajudou a entender novos conceitos e tendências de gestão. “Foi um aprendizado muito grande. Vi um empenho muito grande dos aceleradores em nos evoluir profissionalmente e pessoalmente”, conta. O aplicativo colaborativo de troca de informações de ofertas passou por correções de bugs e, em breve, será lançada uma nova versão remodelada.

A aceleração do Seed foi essencial para José de Menezes, fundador da LearnCafe – uma plataforma de cursos online. Na aceleração, ele conheceu novas formas de medir desempenho e outros métodos que não aplicava bem. “Fui forçado a reciclar meu conhecimento e aplicar no meu negócio. Isso refletiu em um produto melhor com processos e público mais definidos. A partir do Seed a gente conseguiu desenvolver metas que trouxeram investidores e resultados financeiros”, lembra. O empreendedor já havia passado pela aceleração do Startup Chile, mas acredita que o Seed contribuiu mais para seu desenvolvimento.

À frente do Marketing da Onboard Mobility, Marcos Antônio valoriza a dedicação da equipe de aceleração do Seed. “Não tivemos isso em nenhum outro programa de aceleração que passamos. Aqui foi como uma universidade, fomos cobrados e tivemos que repensar o negócio”, disse. O programa foi a primeira experiência da equipe trabalhando lado a lado, já que antes utilizavam um modelo de trabalho remoto. “Conseguimos ter um modelo de negócio claro e uma receita. Não vamos ser mais dependente de programas de financiamento, e vamos conseguir andar com as próprias pernas”, finalizou.

O Seed ajudou a CEO da Anamê, Ana Paula Lage, a enxergar o seu negócio de uma maneira mais ampla. “Eu pude trabalhar mais na gestão de pessoas, no gerenciamento e na estratégia, do que na operação. Tivemos um apoio tanto financeiro quanto de conhecimento para que pudéssemos profissionalizar a empresa e entender sobre processos e rotinas. Além disso, vimos o quanto é importante medir o crescimento. Essa constância de análise das métricas faz com que entendamos, com mais clareza, o caminho a seguir e o que faz mais sentido para a empresa como um todo”, conta. A empreendedora ainda avalia que o processo é uma jornada de autoconhecimento. “Vamos entendendo onde somos bons, onde é preciso ceder, que as pessoas são diferentes e precisamos aprender a trabalhar com ritmos diferentes”, finaliza.

Sabe aquele momento que se torna um divisor de águas? Para João Elias, sócio da Pago App, o Seed foi esse momento. Com mestrado no exterior, experiência em multinacionais, com cinco anos de mercado, ele afirma que em um dia no Seed ele aprendeu mais do que em cinco anos de mercado. “Saímos de zero clientes, com a startup quase quebrada, para 50 pré-vendas com o 1º MVP. Reestruturamos a empresa totalmente, criamos processos, aprendemos a crescer e estamos focando naquilo que importa para esse momento da startup”, conta. Para ele, a intuição do empreendedor é muito importante, mas o Seed ensina uma metodologia que vai desenvolver tanto a startup quanto o empreendedor.

O CTO da Flockbond, uma plataforma de automação de marketing, Gustavo Cançado destaca três aspectos importantes na aceleração do Seed: empreendedores, problemas e experiências enfrentadas por eles; conhecimento e conteúdo para o nível em que as startups se encontram; e mentorias e day outs. Este último, segundo o empreendedor, o ponto de maior valor. “O motor do negócio é estar em grupo e as pessoas que estão em volta. Eu entendi muito mais o valor de compartilhar, tanto na empresa quanto na vida”, avalia. A startup, segundo Gustavo, era um reflexo de seus fundadores e de suas visões de mercado. “Agora, ela tem muito mais cara de empresa do que uma ideia”.

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