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A carne do futuro poderá ser 100% vegetal. Acredita?

Startups estão reinventando o negócio bilionário da proteína livre de sofrimento animal


Por Redação

Crédito: Memphis Meats/Divulgação

Atualmente, há uma microrrevolução em curso que pretende reinventar a produção e o consumo de proteína no mundo e, ainda, agradar todos os paladares – dos veganos aos carnívoros. Sem matar, a carne do futuro poderá vir do laboratório ou das plantações, ao invés dos abatedouros.

Sabe aquela picanha suculenta do churrasco de domingo ou aquelas almôndegas da macarronada? Acredite: ambas são o mesmo alimento, só que cultivado em um ambiente estéril e controlado, sem que nenhum animal tenha sido morto no processo, e sem os impactos ambientais gerados pela à agropecuária convencional.

De olho nas mudanças de mercado, algumas startups estão capitaneando essas inovações. Recentemente, a startup californiana Memphis Meats promoveu a degustação de suas primeiras tiras de frango e pato cultivadas em laboratório, um ano depois de ter lançado as primeiras almôndegas “sem sofrimento”, no ano passado.

O cultivo da proteína animal

Graças à extensa pesquisa em engenharia de tecidos no campo médico, a ciência por trás desse processo já está bem avançada. Cientistas estão utilizando amostras de células para crescer gordura e músculo para fins alimentares.

Os especialistas da área defendem que o processo é indolor.  Segundo eles, um pedaço de tecido menor que um grão de gergelim é retirado por meio de biópsia, sem que o animal sofra ou seja abatido. As células são colocadas em uma solução com nutrientes químicos, onde vão crescer e se multiplicar, formando o mesmo tecido do animal.

Em agosto de 2013, o primeiro hambúrguer de cultura celular, criado pela Universidade de Maastricht, na Holanda, foi preparado e degustado ao vivo na televisão inglesa. Dois anos depois, uma aceleradora investiu 50 mil dólares para que as pesquisas avançassem sobre um sistema completamente livre de animais, sem necessidade de usar soro fetal bovino para cultivar o hambúrguer, como a universidade fez no começo.

A expectativa é que os primeiros hambúrgueres da startup fundada pelo professor da universidade, Mark Post, a Mosa Meats, cheguem aos supermercados em 2020, com sabores e texturas aos produtos convencionais e, principalmente, a preços competitivos. Confira o vídeo abaixo.

Reduzir os custos de produção é um dos principais obstáculos para a comercialização da carne de laboratório. O primeiro hambúrguer de Post custou US$ 330 mil para produzir, e em poucos anos, o custo caiu para pouco menos de R$ 40 a unidade. 

A ascensão dos hambúrgueres a base de vegetais

No jogo de expansão das fronteiras da fabricação de alimentos, as carnes cultivadas em laboratório não estão sozinhas. A ascensão dos “sangrentos” hambúrgueres a base de vegetais das empresas Beyond Meat e Impossible Foods é prova disso. Mas se você pensa que o público-alvo são os vegetarianos e veganos, você está enganado.

As empresas buscam produzir um alimento similar em gosto, aroma e textura às opções convencionais para conquistar especialmente os aficionados por carne. Para atrair a atenção do consumidor, elas adotaram abordagens radicalmente diferentes.

Crédito: Beyond Meat/Divulgação

O hambúrguer da Beyond Meat, por exemplo, é praticamente indistinguível no visual e no sabor em relação à versão bovina. O que o diferencial do tradicional é que ele é feito de proteína de ervilha, extrato de levedura e óleo de coco. Além disso, assim como o outro, ele também sangra, mas o sangue é de beterraba.

Seria o fim de um império?

Além da tecnologia de ponta, o que as novas startups de “carne limpa” e de proteína vegetal têm em comum é a preocupação com questões ambientais. De acordo com número divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a agropecuária é responsável por 15% das emissões de carbono do mundo e uma das principais fontes de degradação da terra e da água.

Além disso, existe uma estimativa que aponta que a demanda global por produtos pecuários deverá aumentar em 70% até 2050 para alimentar uma população estimada em 9,6 bilhões. Sendo assim, dá para ter uma ideia de que a conta ambiental será desastrosa se os padrões de produção atual forem mantidos.

No entanto, isso não significa que o fim da carne está próximo, mas a indústria global de proteína animal, que movimenta quase US$ 700 bilhões por ano, vai precisar se reinventar, seja para se adequar aos limites planetários, seja para atender às novas demandas do consumidor.

Fonte: EXAME

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