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Alzheimer: memória perdida pode ser recuperada

Pesquisa publicada na revista “Nature” sugere que doença não destrói memória, mas a torna inacessível.


Por Da redação

Imagem mostra célula de camundongo relacionada à memória. Uso de luz foi capaz de fazer animal retomar memória

Estudo sugere que pessoas que sofrem do mal de Alzheimer podem não ter “perdido” a memória, mas apenas ter dificuldade para recuperá-la. Pesquisadores revelaram, na última semana, a possibilidade de um tratamento que pode curar os estragos da doença degenerativa do cérebro que afeta milhões de adultos em todo o mundo.

Experimentos realizados em camundongos apontam que estimulando áreas específicas do cérebro com luz azul, podem fazer com que os animais lembrem experiências às quais não conseguiam ter acesso antes.

Os resultados fornecem algumas das primeiras evidências de que a doença de Alzheimer não destrói memórias específicas, mas as torna inacessíveis. “Nossos resultados sugerem que os pacientes com a doença de Alzheimer, pelo menos em seus estágios iniciais, podem preservar a memória em seu cérebro, o que indica que eles têm chances de cura”, afirmou o prêmio Nobel Susumu Tonegawa à Nature.

O pesquisador afirma que os resultados desses estudos “é uma boa notícia para os pacientes de Alzheimer”. Para o Nobel, a pesquisa em ratos dá esperança para o tratamento futuro do mal de Alzheimer que afeta 70% das 4,7 milhões de pessoas no mundo sofrem de demência.

Tonegawa acredita que esse número deve aumentar à medida que nos países desenvolvidos como o Japão, as pessoas têm maior expectativa de vida. “Os níveis iniciais de Alzheimer poderiam ser curados, no futuro, se conseguirmos uma tecnologia com ética e segurança para o tratamento de condições humanas”, acrescentou.

Experimento
A equipe de Tonegawa utilizou camundongos geneticamente modificados para apresentar sintomas semelhantes aos das pessoas que sofrem de Alzheimer. Os animais foram colocados em caixas cuja superfície inferior passa uma corrente elétrica de nível baixo, causando uma descarga desagradável, mas não perigosa para seus membros.

Um rato que não tem Alzheimer foi devolvido para o mesmo recipiente 24 horas depois. O animal apresentou um comportamento medroso, antecipando, assim, a sensação desagradável.

Já os camundongos com Alzheimer não reagem da mesma forma, indicando que não guardam nenhuma memória da experiência. Mas quando os pesquisadores estimulam áreas específicas do cérebro dos animais – as chamadas “células de engramas”, relacionadas à memória- lembram da sensação desagradável.

Foto: Riken/Divulgação
*Com informações do Globo.com

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