O aplicativo Hand Talk é uma solução digital gratuita que traduz áudio, texto e imagem do português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Por AGÊNCIA GESTÃO CT&I
No Brasil há quase dez milhões de deficientes auditivos, dos quais 344,2 mil são surdos e 1,7 milhão tem grande dificuldade de ouvir. Com o suporte da tecnologia, eles ganharam uma ajuda para romper as barreiras da comunicação. O aplicativo Hand Talk é uma solução digital gratuita que traduz áudio, texto e imagem do português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A ferramenta conta com o auxílio de um intérprete virtual, o bonequinho 3D Hugo.
O aplicativo já tem mais de 600 mil downloads, com 80 milhões de traduções feitas. Além da ferramenta, a Hand Talk possui outros dois produtos: sites acessíveis e projetos especiais. “Como a maioria dos surdos não entende a língua portuguesa, os sites estão ‘offline’ para eles. Criamos um plug-in no qual o Hugo traduz páginas da web para a Libras”, explicou Ronaldo Tenório, CEO da empresa.
O embrião que viria a se tornar o aplicativo foi criado durante um trabalho de faculdade feito por Ronaldo, na época estudante de Publicidade. Quatro anos depois, o desenvolvedor Carlos Wanderlan e o especialista em 3D Thadeu Luz se juntaram ao amigo para dar forma à Hand Talk. “O Hugo surgiu para espalhar acessibilidade. Muitos pais não conseguem entender os próprios filhos. Quando essa população sai de casa, o quadro se agrava: nada está acessível a ela”, disse o publicitário.
Em 2013, o aplicativo criado pelos três amigos, hoje sócios, foi escolhido pelo Ministério da Educação para equipar os tablets adquiridos para a rede pública de ensino. A ferramenta tornou-se um complemento ao trabalho dos intérpretes em sala de aula. No mesmo ano, o software foi eleito o melhor aplicativo social do mundo no World Summit Award Mobile, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Nesse período, o aplicativo conseguiu receber apoio de R$ 400 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Ganhamos visibilidade, estávamos crescendo, mas precisávamos de recursos para ampliar P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em nossa empresa”, ressaltou Ronaldo, que recentemente ganhou, ao lado de outros nove jovens talentos, a edição brasileira do prêmio Inovadores com Menos de 35 Anos, do MIT Technology Review.
A equipe também desenvolve soluções corporativas sob medida para empresas, que podem ser implementadas em diversas plataformas como totens de autoatendimento ou monitores acessíveis.
*Com informações de FINEP
Fonte: AGÊNCIA GESTÃO CT&I