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Astrofísicos da UFMG identificam novos aglomerados estelares na Via Láctea

Objetos foram batizados em homenagem à universidade e trabalho foi publicado em revista mensal da Royal Astronomical Society


Por Redação

Um grupo de pesquisadores do Departamento de Física da UFMG conseguiu discriminar três aglomerados de estrelas em movimento na Via Láctea. Cada um desses sistemas, com diâmetro entre 13 e 19 anos-luz, reúne mais de 200 astros ligados gravitacionalmente.

Os objetos foram registrados com os nomes de UFMG 1, UFMG 2 e UFMG 3, em homenagem à universidade, e têm idade estimada entre 100 milhões e 1,4 bilhão de anos. A pesquisa foi baseada na análise de dados e imagens do céu obtidas pelo satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia. Essas imagens foram tratadas e disponibilizadas na internet.

A descoberta é fruto da investigação do doutorando Felipe Andrade, orientado pelos professores Wagner Corradi e João Francisco dos Santos. O trabalho foi publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Para Filipe Andrade, a missão Gaia ofereceu dados com precisão sem precedentes na astrofísica. “Antes dela, tínhamos somente as posições das estrelas e o fluxo de luz emitido por elas. O Gaia também fornece os movimentos próprios de cada estrela e os ângulos de paralaxe, usados para calcular distâncias no espaço”, observa o doutorando, esclarecendo que, em um aglomerado, as estrelas nasceram simultaneamente na mesma região, têm características físicas semelhantes e movimento próprio muito parecido.

A partir desse movimento comum, Filipe identificou um bolinho de estrelas que se destacava do resto. “Em um gráfico com variáveis ‘brilho’ e ‘temperatura’, percebi a curva característica de um aglomerado. Então verifiquei que aquela concentração de estrelas nunca havia sido descoberta”, conta.

Crédito: Laboratório de Astrofísica da UFMG

Relevância

Estudar a variação das propriedades dos aglomerados ajuda a compreender a evolução da Via Láctea e das galáxias no universo. “À medida que esses sistemas ficam mais velhos, as interações gravitacionais acabam jogando estrelas para fora, povoando o meio ambiente que constitui a Via Láctea. Uma das ideias aceitas é a de que todas as estrelas, inclusive o Sol, formaram-se numa dessas estruturas”, argumenta João Francisco. “É semelhante ao que ocorre em uma ‘caixa de abelhas’: a princípio, todas estão juntas, mas algumas escapam da colmeia, morrem ou simplesmente somem”, metaforiza Wagner Corradi.

Características

  • UFMG 1: possui 191 estrelas, idade em torno de 800 ilhões de anos e está localizado a uma distância de aproximadamente 5.200 anos-luz do Sol. Suas estrelas estão distribuídas dentro de um raio de 21 anos-luz.
  • UFMG 2: aglomerado mais velho e populoso. Com cerca de 1,4 bilhão de anos e 592 estrelas, está localizado a cerca de 4.800 anos-luz do Sol. Suas estrelas estão distribuídas dentro de um raio de 16 anos-luz.
  • UFMG 3: mais jovem dos três aglomerados, com cerca de 100 milhões de anos. Possui 261 estrelas em um raio de 16 anos-luz. Sua distância aproximada do Sol é de 4.900 anos-luz.

Fonte:

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