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Ciência em Minas – Conheça quem Faz: UFTM

Universidade Federal do Triângulo Mineiro investe em pesquisa e inovação tecnológica


Por Da Redação

Com sede na cidade de Uberaba-MG e campus em Iturama, Minas Gerais, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, oferta cursos de diversas áreas do conhecimento e possui, atualmente, cerca de 7.000 (sete mil) alunos, distribuídos nos cursos de graduação, pós-graduação e educação profissionalizante. Anteriormente denominada Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro – FMTM, a instituição se tornou Universidade Federal do Triângulo Mineiro no ano de 2005. A universidade tem forte atuação na área da assistência à saúde através do Hospital das Clínicas em Uberaba, nacionalmente reconhecido, e tem contribuído para o avanço da pesquisa científica no país.

Recentemente, a UFTM deu início a diversos processos de pedido de patente junto ao INPI, com o objetivo de resguardar o conhecimento produzido na universidade e iniciar parcerias com o setor privado, através de transferência de tecnologia.

Um dos primeiros pedidos de patente é resultado de uma parceria entre a instituição e a UFU, e surgiu a partir de uma tese de mestrado que despertou o interesse da professora associada do Departamento de Fisioterapia Aplicada da UFTM , Suraya Gomes Novais Shimano. Ela é fisioterapeuta, possui mestrado em Bioengenharia e doutorado em Ciências da Reabilitação. Em razão de sua expertise em Bioengenharia e Fisioterapia Aquática, Suraya foi convidada pelo professor Rogério Sales Gonçalves, chefe do laboratório de Automação e Robótica da UFU, para conhecer as instalações e projetos ali desenvolvidos e, em especial, o projeto da pesquisadora Isabella P. C. Borges, mestranda em Engenharia Biomédica. O projeto em questão era o protótipo do Dispositivo Subaquático para Reabilitação do Membro Inferior, que, atualmente, aguarda o exame e a emissão da carta-patente.

A invenção consiste em um dispositivo de Movimentação Passiva Contínua (MPC), subaquático, para reabilitação do membro inferior humano. Isso proporciona melhora das condições musculares e articulares, permitindo ganho funcional, melhora na qualidade de vida e autoestima. A movimentação do dispositivo é realizada por meio da força do próprio usuário a partir de um mecanismo semelhante a um remador acoplado à estrutura de movimentação passiva contínua do membro inferior. O fisioterapeuta pode focar em corrigir os movimentos ao invés de ficar realizando o movimento passivo.

Esquema de utilização do protótipo

O equipamento pode ser adquirido pelo próprio paciente, que pode fazer os exercícios em casa, sob monitoramento profissional, acelerando o processo de recuperação.

O dispositivo será usado no processo de reabilitação de pacientes com dificuldade de movimentação de membros inferiores por sequela de algum processo patológico, que vão desde lesões de ligamentos, meniscos ou músculos em membros inferiores até lesões mais sérias que comprometam os movimentos de membros inferiores como traumatismo craniano e acidente vascular encefálico. Os testes estão previstos para começar em breve.

A ciência, segundo a cientista

Suraya se sente privilegiada por fazer o que mais gosta e ressalta os desafios de ser uma cientista em tempos de pandemia: “A ciência permite que a prática dos profissionais de saúde seja mais assertiva, porque produz evidências e abre novos caminhos para o saber. Como no caso da nossa patente, as invenções de tecnologia assistiva (que permitem melhores condições de vida e saúde). É claro que, com dois filhos, atividades domésticas, as atividades de ensino e extensão da universidade e a falta de recursos financeiros para se realizar uma pesquisa é complicado fazer a ciência que sonhamos. Mas sempre encarei isso como desafios a serem superados e não barreiras”, finaliza.

O NIT da UFTM

Gleuber Henrique Rocha é engenheiro químico e atua como técnico no NIT desde 2019, colaborando em todas as ações executadas no núcleo. Ele explica que o NIT está vinculado à Agência UFTM de Inovação (AGUIN) e é o órgão responsável por gerir a política de inovação adotada pela universidade, o que inclui a gestão da propriedade intelectual e a transferência de tecnologia. Para isto, o NIT realiza contratos de transferência de tecnologia, licenciamento e cessão de patentes, prestação de serviços técnicos com inovação tecnológica, acordos de parceria, termos de outorga, convênios e registros de softwares. Para Gleuber, o incentivo à inovação é importante em vários âmbitos: beneficia a comunidade acadêmica ao estimular a criação e o desenvolvimento de novas tecnologias/serviços dentro da universidade, proporcionando novos temas de pesquisa e novos conhecimentos e habilidades a discentes e docentes. Beneficia também a sociedade, na medida em que a inovação gerada na universidade chega ao cotidiano dos cidadãos, otimizando processos e produtos que garantirão maior qualidade de vida, além de gerar benefício econômico para a própria universidade.

”Investir na capacitação dos integrantes do NIT e manter uma equipe em número satisfatório para satisfazer toda a demanda é de suma importância, visto que a inovação tecnológica é um tema amplo e muitas vezes complexo, demandando cada vez mais conhecimento por parte daqueles que a gerenciam. Muitos NITs do país ainda são incipientes e não têm plena capacidade para desenvolver todas as atividades que os competem, cabendo às universidades reservar orçamento e pessoal condizentes às suas necessidades atuais e futuras”, revela Gleuber. Para ele, o retorno do investimento é certeiro: “Criar uma cultura inovadora dentro da universidade é uma tarefa do NIT que beneficia a ele próprio. Quando todos têm consciência do potencial de transformação da inovação tecnológica e trabalham para, de alguma forma, contribuir no seu desenvolvimento, todos saem ganhando. Sendo assim, divulgar conceitos de inovação e criar uma cultura inovadora/empreendedora na universidade e na comunidade em seu entorno facilitaria e melhoraria a qualidade dos serviços prestados pelo NIT”, conclui.

Ciência em Minas – Conheça quem Faz é um projeto da Sede que tem como objetivo divulgar pesquisas desenvolvidas em universidades e ICT´s mineiras. 

Fonte:

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