Cuidado antes de compartilhar notícias como a do título acima. Fake news estão por toda parte e foi tema do Pint Of Science 2018.
Por Alysson Lisboa/SIMI
Você recebe muitas informações nas suas redes sociais falando de ciência como a descoberta de vida em outros planetas? Pesquisa realizada pela Statista, nos Estados Unidos, revela que 65% dos entrevistados já tiveram grandes problemas causados pelas notícias falsas. Cerca de 42% das informações desse tipo chegam das redes sociais, como Facebook e Twitter. Na hora de compartilhar informações, toda cautela é pouca.
Essa avalanche de notícias falsas está cada vez mais em pauta nas redes sociais e os grandes grupos de comunicação já buscam soluções. Por isso esse foi o tema do primeiro dia do Pint Of Science, que lotou a Cantina do Lucas, em Belo Horizonte. O festival acontece simultaneamente em vários bares e restaurantes espalhados pelo mundo. Na capital mineira, foram cinco espaços que recebem de 14 a 16 de maio pesquisadores para tratar de temas relevantes para a sociedade. As pesquisas são apresentadas por mestres e doutores de diversas universidades.
Vinicius Rezende, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em exercício, ressaltou a importância do Pint of Science. “Precisamos desmistificar que o cientista está apenas em laboratórios desenvolvendo algo que não será acessível à população. Esse tipo de evento une duas coisas. A primeira é que desenvolvemos conhecimento de ponta. A outra é que gostamos de conversar nos bares, por isso somos reconhecidos como a capital dos botecos”, conclui o secretário.
Yurij Castelfranchi e Bruno Rezende de Souza (foto abaixo), professores da UFMG, abordaram o tema Fake News – Me engana que eu gosto. Eles debateram sobre a distribuição deliberada de informações falsas e boatos na rede mundial de computadores com uma linguagem clara, que arrancou aplausos na Cantina do Lucas.
As pesquisas mais próximas da população
Hoje em dia, nossas escolhas são baseadas em ciência. Para o professor Yurij, precisamos tirar a ciência do pedestal. “Utilizar formas inovadoras de divulgar a ciência é crucial e isso precisa ser feito por meio de debates públicos, colocando a população para discutir e engajar”, afirma o cientista da UFMG.
Combater as notícias falsas entrou na pauta mundial. A União Europeia quer que empresas de comunicação digam por quem são financiadas e como eles pagam para viralizar suas notícias. Uma comissão internacional criada para debater o tema já deixou claro que o problema é bastante grave e não há, ainda, uma solução clara.
“Não vamos ficar livres das mentiras, meias-verdades e boatos.” Para Yurij, maior transparência dos veículos e uma consciência maior da população podem servir como antídoto. No entanto, as notícias falsas são muito difíceis de serem combatidas, porque há novos elementos nessa estrutura, como os grupos familiares que dão, de certa forma, legitimidade às notícias e se espalham rapidamente sem muito controle.
Gregório de Almeida, aluno de doutorado da Fafich (UFMG), participou do evento e ressaltou a importância da discussão. “O Pint of Science traz conteúdos que são relevantes para a sociedade em um ambiente descontraído. Isso quebra um pouco esse gelo acadêmico principalmente para aqueles que não está dentro da faculdade, mas se interessam pela ciência”, conclui Gregório, que estuda exatamente o uso das fake news em seu projeto de doutorado.
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