Bebês geneticamente modificados, descobertas históricas, estudos do cérebro e DNA, além de mudanças climáticas, são alguns do itens da lista
Por Redação
O ano de 2018 teve grandes avanços na ciência. Foi o ano em que pesquisadores se concentraram em maneiras de evitar doenças reprogramando células de um paciente, mas ao mesmo tempo em que cientistas cruzaram as linhas éticas, segundo muitos pensavam, da experimentação genética.
Confira alguns dos avanços alcançados:
Bebês geneticamente editados
Em novembro, o pesquisador geneticista He Jiankui anunciou o nascimento de gêmeas que tiveram uma modificação genética para impedir que elas contraíssem o vírus HIV. No entanto, uma série de perguntas surgiram sobre o que ele e seus colegas realmente fizeram – ou deixaram de fazer. Suas experiências foram suspensas devido a várias investigações.
Grande momento da imunoterapia
Técnicas que impulsionam o sistema imunológico de um paciente para combater câncer e outras doenças ganharam força em 2018. Isso foi possível graças a pesquisas que visam maximizar os benefícios das células geneticamente modificadas e reduzir efeitos colaterais negativos. A cidade de Seattle está se tornando um centro para essa pesquisa, graças ao Centro e Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson e um grupo de empresas de biotecnologia.
Sequenciamento de RNA unicelular
A revista Science lista essa técnica de análise genética como sua principal descoberta em 2018. Ela envolve isolar milhares de células intactas de organismos vivos, sequenciando o material genético expresso em cada célula e reconstruindo as relações das células no espaço e tempo. O sequenciamento de RNA de uma célula pode rastrear como as células humanas amadurecem ao longo da vida, como os tecidos se regeneram e o que acontece de errado quando surgem doenças.
Resolvendo os mistérios do cérebro
Há 15 anos, o Allen Institute foi criado com foco na neurociência e, a partir daí, houve vários avanços na área. Em março do ano passado, os pesquisadores do instituto revelaram um banco de dados disponível publicamente com informações de modelos de neurônios computadorizados, que poderiam ser combinados como blocos de Lego para simular a atividade cerebral. Além disso, os pesquisadores participara de um projeto que transformou uma nova geração de células cerebrais humana. Futuramente, o instituto deve focar esforços milionários nas conexões entre a função cerebral e doenças.
Combatendo o crime… com o DNA
Em 2018 um caso chamou a atenção, em Washington, nos EUA. Investigadores usaram testes genéticos de árvores genealógicas para desvendar um assassinato ocorrido 31 anos antes. Uma análise do DNA arquivado ajudou as autoridades a restringir sua busca a um suspeito de 55 anos, que foi preso em Seattle em maio. A mesma estratégia levou um outro suspeito à prisão, em abril, no caso do Golden State Killer, na Califórnia, e a mais uma dúzia de outras prisões. Segundo os pesquisadores, as leituras de DNA das árvores genealógicas podem ser usadas para identificar cerca de 60% dos americanos brancos, mesmo que eles não tenham se submetido pessoalmente a um teste.
Estudos sobre mudança climática
Um estudo mostrou que as emissões globais de dióxido de carbono estão subindo novamente após três anos relativamente estáveis. Pesquisadores da Universidade de Washington contribuíram para estudos documentando a perda de gelo na Antártica ocidental e traçando o papel do antigo aquecimento global, na maior extinção da Terra.
Voltando ao Titanic
A empresa OceanGate não conseguiu cumprir sua programação de levar pesquisadores e especialistas em missão de naufrágio ao Titanic no último verão, nos Estados Unidos. No entanto, durante testes nas Bahamas, a equipe da OceanGate conduziu, com sucesso, um mergulho de teste até a profundidade de 4 mil metros, onde está o Titanic. A marca fez com que o CEO da empresa Stockton Rush fosse a segunda pessoa na história a completar um mergulho solo a essa profundidade – o primeiro foi James Cameron, diretor do filme Titanic. A conquista coloca o submersível da OceanGate no caminho certo para expedições ao Titanic a partir do segundo semestre deste ano.
O fim dos mamutes?
Cientistas encontraram traços de uma cratera de grande impacto sob uma camada de gelo de quase um quilômetro de espessura na Groenlândia. A Cratera Hiawatha, encontrada pela pesquisa Operation IceBridge da NASA, tem 30 quilômetros de largura e levante o debate sobre o desaparecimento de espécies, como mamutes e mastodontes. Defensores da hipótese Dryas recente dizem que a explosão de um cometa pode ter provocado incêndios florestais na América do Norte há 12.800 anos, resultando em um resfriamento global que matou a megafauna e condenou a cultura Clóvis do continente. Não há um consenso que há uma conexão entre a hipótese Dryas recente e a cratera Hiawatha, mas a descoberta apareceu no Top 10 da revista Science.
Rastreando a árvore genealógica da humanidade
Por fim, em 2018 várias descobertas ajudaram a entender um pouco mais sobre a história da humanidade. Um DNA antigo contido em um osso de 50 mil anos da Sibéria fornece evidências de que dois ramos agora extintos dos ancestrais do Homo Sapiens, conhecidos como os Neandertais e os Denisovans, cruzaram. Outro estudo indica que primos antigos do gênero Homo habitavam a China centenas de milhares de anos antes do que se pensava anteriormente. Pesquisas também sugerem que os neandertais eram, basicamente, os homo sapiens ao estilo ártico, o que contraria o estereótipo de ‘homem das cavernas primitivo’.
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