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É preciso inovar mesmo em tempos de recessão

As empresas precisam entender que este é o momento de se preparar para o futuro


Por Alysson Lisboa/Simi

Quantas ideias criativas não brotam de nossas cabeças diariamente? Porém, o que fazemos com elas? Nada, não é mesmo? Em tempos de crise, como a que atravessamos agora, a situação fica ainda mais delicada. A primeira área a sofrer cortes de investimento nas empresas é o setor de inovação, isso quando existe o setor. Inovar parece algo muito distante na visão estratégica e com resultados práticos escassos a curto prazo. Isso afasta os investimentos e, por consequência, os resultados positivos no futuro. Mas o que podemos considerar como inovação dentro das empresas?

Uma simples ideia ou invenção só passa a ser considerada inovação quando ganha o mercado e se torna um produto comercial. Em linhas gerais, inovar é olhar para o que já existe e tentar melhorar. Veja o exemplo do aplicativo Uber, tão comentado quanto querido pelos usuários. Um ótimo exemplo de economia compartilhada que nasceu de um problema para gerar uma solução criativa e inovadora. O Uber e seus concorrentes estão mudando profundamente o mercado e gerando discussões controversas. Certo ou errado, não só o mercado de transporte está passando por transformação disruptiva, como também todos os principais mercados irão, fatalmente, sofrer impacto das novas tecnologias digitais.

É sempre um risco, mas o resultado pode ser surpreendente. Apesar de parecer simples, não existe fórmula mágica para transformar uma ideia em algo lucrativo. Carlos Arruda, professor e pesquisador na área de inovação e competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC), considera que o momento de inovar é urgente dentro das empresas. O cenário político e econômico não é permanente e as empresas que estiverem se preparando vão se destacar quando a calmaria voltar ao mercado.

Existe o caminho certo para inovar nas empresas?
A máquina de café Nespresso registrou sua patente em 1976, apenas 10 anos depois o produto ganhou o mercado para, em seguida, se transformar em líder mundial de máquinas de café. A pergunta partiu de uma inquietação: como produzir em casa ou no escritório um café com a mesma qualidade que um barista pode preparar?

Precisamos ter em mente algumas perguntas básicas: Na inovação, quem é o primeiro beneficiado? O que pode ser feito para melhorar os processos e trazer ganhos de produtividade? O que pode ser feito para resolver um problema atual e que aflige um grande número de pessoas? Como melhorar algo que já existe? Para inovar, partimos sempre de perguntas como essas.

Tirar a ideia do papel e colocar um produto no mercado são passos fundamentais. Uma inovação que não chega ao mercado consumidor não passa de uma invenção ou patente. Inovação é diferente de invenção, que, por sua vez, se difere da criatividade. Para ser inovador, o produto precisa ganhar o mercado e ser testado pelos consumidores.

Investir em inovação não requer, muitas vezes, um grande investimento financeiro. Outro exemplo é a Airbnb, uma empresa de serviços de reserva de acomodações fundada em 2008. Hoje, é a terceira empresa do ramo de hotelaria do mundo e não possui, sequer, um único quarto de hotel. Apenas a título de comparação, a rede de hotéis Hilton, fundada em 1919, tem 130 mil funcionários e 765 mil quartos. A Airbnb conta com pouco mais de 600 funcionários espalhados no mundo e gerencia 2 milhões de quartos e residências em 57 mil cidades.

Texto originalmente publicado em: Vida Digital

Foto: Pixabay

Fonte:

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