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Enzimas promovem produção mais limpa de biodiesel

Lipases facilitam a separação do biodiesel e geram uma glicerina biodegradável de melhor qualidade


Por Redação

Thaís Salum no laboratório da Embrapa e o óleo proveniente do Dendê
Montagem: Embrapa/Divulgação

Um projeto da A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) constituiu um banco de microrganismos produtores de lipases, que são enzimas que podem ser utilizadas na produção de biodiesel, e tornam o processo mais limpo. Atualmente, as usinas utilizam um catalisador químico – geralmente, metilato de sódio – para acelerar a reação química entre óleo e álcool que dá origem ao biocombustível, além de gerar glicerina. As enzimas substituem esse catalisador.

A pesquisadora da Embrapa Agroenergia Thaís Salum, líder dos trabalhos nessa área, explica que a adoção destas lipases é vantajosa principalmente quando o biodiesel é produzido com óleos ácidos, como o de dendê. “Essa característica da acidez associada à presença do catalisador químico faz com que seja formado um sabão durante a produção do biocombustível, dificultando inclusive a separação dele e da glicerina. Isso gera muitos problemas e reduz a rentabilidade do processo” afirma.

A pesquisa

A condução das pesquisas na Embrapa Agroenergia prevê ainda outra vantagem: o reaproveitamento das lipases. Por isso, os cientistas estão buscando produzir essas enzimas cultivando os microrganismos presentes substratos sólidos, como fibras e tortas residuais da extração de óleos.

As lipases, assim, ficam “presas” às partículas desses materiais, que podem ser adicionadas aos reatores de produção de biodiesel. Ao final do processo, elas podem ser retiradas por métodos simples como filtração e utilizadas em uma nova batelada de produção.

Etapas

O trabalho de pesquisa já passou por uma extensa etapa. Foram avaliados dezenas de microrganismos isolados dos frutos e do ambiente associado ao cultivo de dendê, das fibras de prensagem desse fruto, além de raízes e folhas de cana-de-açúcar e da torta de pinhão-manso.

Após análises os cientistas chegaram a três cepas de fungos e uma de bactéria com grande potencial. Agora, estão trabalhando na otimização do processo de produção de lipases a partir desses microrganismos. Nessa etapa, eles testam diferentes condições de pH, temperatura, umidade e meio de cultivo, com o objetivo de chegar à combinação de parâmetros que permite obter o máximo rendimento com o menor custo.

*Com informações da Embrapa e Agência Gestão CT&I

Fonte:

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