Programa destinado a pesquisadoras de mestrado e doutorado receberá inscrições até 12 de junho
Por Paula Isis/SIMI

Aproximar o universo acadêmico do mercado, fortalecendo a presença feminina na ciência e no empreendedorismo. Essa é a força motriz do Desafio de Empreendedorismo do Legado Acadêmico (DELA). Idealizado pelo Sistema Mineiro de Inovação (SIMI) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), o programa foi lançado nesta sexta-feira, em Belo Horizonte.
O Dela tem como objetivo desenvolver habilidades empreendedoras para mestrandas e doutorandas. Além de reduzir a desigualdade de gênero na área acadêmica, o projeto servirá de estímulo para transformar o conhecimento acadêmico em empreendimentos no mercado, melhorando, também, a empregabilidade das pesquisadoras.
Durante a cerimônia, que reuniu grandes nomes da ciência e do empreendedorismo feminino, como a diretora de Engenharias, Humanas e Sociais do CNPq, Adriana Maria Tonini; Marcella Rocha, CEO da AS31; e Paula Figueiredo, presidente da comissão de direito para startups da OAB, foi apresentada a programação do DELA e a abertura das inscrições. Clique aqui e inscreva-se.
“Podem participar pesquisadoras de qualquer área do conhecimento”, explica a analista de inovação do SIMI e responsável pelo programa, Vivian Magalhães. O Dela em sua fase inicial vai realizar a capacitação empreendedora em seis cidades polos mineiras: Belo Horizonte, Uberlândia, Viçosa, Juiz de Fora, Montes Claros e Lavras. Após essa etapa, selecionará e formará as equipes multidisciplinares para, em uma terceira fase, entrar nas mentorias. Nela, será desenvolvido o plano de negócios com orientação de profissionais capacitados. Na quarta fase, que terá início em setembro, serão premiadas as três melhores equipes. O encerramento será durante a FINIT.
DELA pretende mudar a realidade da presença feminina no empreendedorismo
Atualmente, apenas 28% dos pesquisadores no mundo são mulheres. Além disso, apenas 38% dos cargos de lideranças são ocupados por elas, segundo dados da Fapemig. Mas não são só estes dados que assustam. De acordo com o levantamento da Fundação, 50% do doutores atuam em instituições ligadas à administração pública e apenas 20% de mestres e doutores trabalham na iniciativa privada. “Precisamos mudar nosso programa de pós-graduação. Criamos pessoas para fazer concurso público. Precisamos fazer com que os mestres e doutores comecem a despertar um espírito empreendedor, levando para o mercado o trabalho que eles fazem”, pontuou o presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, durante a cerimônia de lançamento do programa.

A diretora de engenharia de Ciências Exatas e Humanas do CNPq, Adriana Tonini, falou sobre a atuação feminina no universo das pesquisas. A diretora citou que atualmente as publicações envolvendo mulheres são praticamente a metade das publicações. No entanto, em se tratando de áreas específicas como computação e matemática, esse número cai para cerca de 25%.
“Desde 2006, estamos fazendo ações de gêneros para a aumentar a participação das mulheres. Tanto que o número de artigos publicados por mulheres aumentou 11% nos últimos 20 anos”, mostrou Adriana, ressaltando que, entretanto, é necessário uma participação mais efetiva do sexo feminino em cargos de liderança e estratégia. “Eu, por exemplo, sou a primeira mulher a ocupar o cargo de diretoria no qual estou”, lembrou.
Para o Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, Paulo Beirão, a ideia do DELA é um desafio porque induz uma cultura empreendedora nas pesquisadoras e “as mulheres respondem muito bem a desafios”.
Para acessar o regulamento, clique aqui.
Confira cobertura realizada pela TV Simi, durante o lançamento do projeto:
Fonte: