Vestimenta robótica, desenvolvida em parceria com pesquisadora da USP, foi criada para pessoas com mobilidade reduzida
Por Redação

Um exoesqueleto robótico flexível tem auxiliado indivíduos a caminharem gastando menos energia. Desenvolvido por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles a fisioterapeuta Denise Martineli Rossi, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP), o exoesqueleto está sendo desenvolvido para pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) e para fins militares.
A vestimenta busca aumentar a capacidade de locomoção do indivíduo fazendo com que se desloque com mais eficiência, gastando menos energia e produzindo menos força nas articulações, mesmo quando estiverem carregando equipamentos pesados, como mochilas, no caso dos soldados. Ela também poderá ser benéfica para idosos ou pessoas com mobilidade reduzida, ajudando-as a caminhar com mais confiança e velocidade, dispensando o uso de andadores ou muletas.
Diferentemente dos exoesqueletos mais conhecidos, que de forma geral tendem a ser mais pesados devido às armações metálicas e articuladas revestindo indivíduos da cabeça aos pés, o equipamento assemelha-se a uma vestimenta. Ele consiste em uma cinta têxtil presa à cintura com correias que se estendem ao longo das pernas e que se prendem a uma tornozeleira, pela qual passam cabos fixados atrás do calçado. Este cabos, que são conectados a pequenos motores, funcionam como músculos, auxiliando a pessoa a movimentar o tornozelo e o quadril nos momentos em que mais gastamos energia durante uma caminhada.
O dispositivo foi testado por sete homens saudáveis, com idade média de 26 anos, que vestiram o exoesqueleto e caminharam em uma esteira a uma velocidade de 1,5 metros por segundo no laboratório da Harvard Medical School, em Massachusetts, nos Estados Unidos e publicado na revista Science Robotics. “Analisamos a variação da assistência fornecida pelo equipamento e o consumo energético dos indivíduos durante a marcha”, explica a fisoterapeuta, Denise Rossi.
Por meio de sensores posicionados, os pesquisadores verificaram que, com o aumento da assistência oferecida pelo exoesqueleto, houve uma redução da força biológica produzida principalmente pelos tornozelos dos voluntários. Consequentemente, de acordo com a fisioterapaeuta,o custo metabólico associado à marcha foi reduzido continuamente à medida que os pesquisadores aumentavam o auxílio oferecido pelo exoesqueleto.

Ainda segundo Denise, com base nesses resultados, eles pretendem aprimorar o equipamento para que ele consiga, de modo autônomo, determinar o grau de assistência oferecida pelo exoesqueleto segundo as necessidades físicas de cada indivíduo ou com as características do terreno pelo qual ele está se deslocando.
Fonte: UPS