Segunda edição do Curso de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia reuniu pesquisadores renomados na Fapemig
Por Alysson Lisboa e Paula Isis/SIMI
Ferramentas para ajudar na divulgação científica? Essas e outras questões foram levantadas na 2ª edição do Fala Ciência- Curso de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia durante o dia 2 de junho na sede da Fapemig, em Belo Horizonte.
Na abertura do evento, Juliana Saldanha, sócia da Techmall – uma das maiores aceleradoras de startups do estado, falou sobre o ecossistema de inovação e empreendedorismo e da necessidade de investir, também, no departamento de comunicação. “Os empreendedores deixam toda a parte de comunicação para depois, pois, estão mais preocupados com investimentos em outras áreas”.
Juliana também apontou a falta de informação que existe sobre o setor e como ela chega ao público de forma distorcida. “Nem toda empresa é uma startup, então tem que ter cuidado ao utilizar algumas palavras, mas isso não é culpa apenas do comunicador. Existem poucas publicações referência sobre isso”, pontua.
Na sequência do evento a pesquisadora Lorena Tárcia, professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) e doutora em comunicação social, mostrou como as tecnologias e novos instrumentos para divulgação científica podem ajudar na divulgação e expansão da ciência.
A professora abriu sua fala mostrando os canais usados pelas empresas jornalísticas e as diversas novidades testadas como: jornalismo de dados, newsgame, crowdfunding, crowdsourcing e jornalismo computacional. Segundo a especialista, é preciso mostrar relevância do trabalho científico e pensar novas práticas na divulgação e distribuição.
Mas qual seria a nova roupagem possível para atrair audiência? O texto sempre foi o formato mais usual na divulgação científica, mas o vídeo tem um grande poder de gerar atenção e permite, também, novas experimentações. O pesquisador da USP, Átila Iamarino e líder do Science Blogs (comunidade de blogs científicos), contou sobre o desafio de se falar sobre ciência para quem não tem o hábito de consumir esse tipo de informação e da experiência em participar do Canal Nerdologia no Youtube. “A ciência é a salada do bufê, damos preferência a outras coisas. A ideia do canal é conseguir divulgar ciência misturada a outros temas de interesse dos mais jovens como super-heróis, seriados e filmes de ficção científica”, afirma do pesquisador.
Com linguagem simples e repleta de humor, a ciência começa a entrar no cotidiano das pessoas. Para Iamarino, o problema está no formato e na maneira de apresentação da ciência. Um canal no Youtube como o que ele gerencia é um bom começo para atrair interesse e fomentar a divulgação da ciência, principalmente para os mais jovens, completa o pesquisador.
O público ainda pode conferir quais são as plataformas atuais de referência para o comunicador de Ciência & Tecnologia, como o DataViva – ferramenta de pesquisa desenvolvida pela Fapemig, em parceria com o Governo de Minas Gerais, criada com o objetivo de disponibilizar dados socioeconômicos aos cidadãos, de forma livre e acessível. Ao final do evento, o portal do Sistema Mineiro de Inovação (SIMI) foi apresentado por Fernando De Lucena e Matheus Fonseca que responderam as perguntas dos participantes. “O portal está aberto para receber contribuições de comunicadores cientìficos para promover as principais ações de ciência que acontecem no estado”, completa Lucena.
Confira galeria do evento:
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Foto: Fapemig/Divulgação
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