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Governo testa quatro aparelhos que detectam uso de droga na direção

Semelhante ao bafômetro, equipamento será utilizado nas blitzes de trânsito


Por Redação

Crédito: SESP-MG/Divulgação

O Governo Federal quer implantar nas fiscalizações de trânsito, os“drogômetros”, equipamentos semelhantes ao bafômetro que são capazes de identificar se o motorista fez o uso de drogas como maconha, cocaína ou ecstasy, entre outras. Quatro aparelhos com tecnologia estrangeira estão sendo avaliados pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Luiz Beggiora, da Senad, afirmou ao “O Globo” que o projeto é uma das prioridades da atual gestão. A pesquisa que analisou os quatro equipamentos foi finalizada no ano passado e adotado pela nova equipe como ponto de partida para a implantação.

Os quatro dispositivos utilizam a saliva do motorista para fazer uma primeira detecção de até oito tipos de drogas de uma só vez – anfetaminas, metanfetaminas, opiáceos, entre outras.

Dos 164 motoristas que participaram de um projeto-piloto, executado em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre e órgãos locais de trânsito, 20,1% tiveram resultados positivos para pelo menos uma droga, excluindo o álcool. Testes mais avançados foram realizados apenas com maconha e cocaína, que são substâncias mais comuns no contexto brasileiro, de acordo com o estudo.

“Autores relatam risco 1,9 vez maior de provocar colisões para condutores que consomem maconha mais de 50 vezes ao ano”, alerta o estudo. Anfetaminas, crack e cocaína “podem aumentar perigosamente a autoconfiança do motorista”, afirma Luiz Beggiora.

Foi concluído que os quatro dispositivos têm confiabilidade “dentro dos parâmetros recomendados internacionalmente” para detecção de cocaína. No caso de maconha, apenas um equipamento atendeu todos os critérios exigidos. O próprio estudo ressalta que é preciso fazer mais pesquisas para se chegar ao modelo ideal e que o uso dos aparelhos não dispensa outros métodos de análise, como os laboratoriais.

A coleta de fluido oral, realizada em Porto Alegre, levou em média 2 minutos e 38 segundos, e a análise do material, 5 minutos e 47 segundos.

Paralelamente ao estudo das tecnologias a serem usadas, o governo analisa se será preciso mudar a legislação. “Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência” já é considerada uma infração pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A Senad verifica, no entanto, se há necessidade de especificação de níveis máximos e de penalidades, e também como se dará a regulamentação do uso dos dispositivos eletrônicos por parte de órgãos envolvidos do setor, como o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Ainda não há previsão de prazo para os dispositivos serem implantados nem do impacto financeiro da medida.

Fonte: O Tempo

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