Doze equipes tiveram 24 horas ininterruptas para programar e desenvolver seus projetos de melhorias para BH
Por Alysson Lisboa e Renato Carvalho
Durante 24 horas, jovens e inovadores foram desafiados a pensar soluções que valorizem dados fornecidos pela cidade e o desenvolvimento de aplicações que tenham impacto na vida do belo-horizontino. Esse foi o propósito do Hack City, evento realizado entre 8 e 10 de dezembro, no Hub Minas Digital, no Complexo Cultural da Praça da Liberdade.
No Hack City foram realizadas palestras, debates e o envolvimento de empresas ligadas à administração da cidade. Os desafios são diversos para os setores de turismo, cultura, educação, saúde, entre outros. João Luiz, superintendente de TI e Telecom da Cemig, destacou a importância do evento. “A Cemig tem 1% de seu faturamento destinado à pesquisa e à inovação. Hoje a empresa aplica boa parte desse montante na busca por eficiência energética. Agora precisamos pensar a próxima camada: como podemos melhorar o bem-estar da população”, enfatiza o superintendente.

Thiago Rangel, superintendente de negócios da Prodabel, também particpou do Hack City. A empresa que processa todos as informações eletrônicas da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte abriu os dados da cidade para que os empreendedores, a partir desse ponto, possam encontrar soluções para cidade. “Esse projeto de dados abertos já estava em andamento. Agora lançamos um site que reúne esse material bruto de todas as secretarias da prefeitura e o melhor: é acessível a qualquer cidadão.”
A tecnologia, seja em um aplicativo, seja em uma plataforma, vai permitir, por exemplo, a gestão mais eficiente do trânsito indicando, em tempo real, o melhor caminho para deslocamento de ambulâncias ou veículos em situação de emergência. Tudo isso só é possível pela abertura dos dados e o desenvolvimento de aplicativos.
Participação jovem por uma cidade melhor para se viver
A estudante Michelle Mayrink, estudante de Arquitetura e Urbanismo da Fumec, não escondia a empolgação em participar do seu primeiro Hackathon. “Percebi, como estudante, que a cidade tem muitas falhas em infraestrutura e ela, sozinha, não dá conta de absorver toda essa demanda. Nós, cidadãos, deveríamos ser os agentes dessa mudança”, destaca a estudante.

Michelle apresentou o projeto que busca dar visibilidade e ordenação para projetos que já acontecem na cidade de modo não centralizado. “Percebo que há diversos movimentos como pintura de escolas ou limpeza de fachadas realizados por grupos que não são ligados à prefeitura. A proposta é dar visibilidade a esses projetos para que eles possam crescer”, completou Michelle.
Vencedores
A equipe Mãos à Horta, que apresentou uma plataforma que conecta hortas públicas a cidadãos que queiram colaborar para o seu desenvolvimento, ficou em primeiro lugar. Eles ganharam uma viagem para o Porto Digital, em Recife, acesso ao programa Bizspark da Microsoft, além de outras premiações. A equipe HTI ficou em segundo lugar e receberá a permanência no coworking do Espaço SouBH, acesso ao programa Bizspark da Microsoft, além de outros benefícios. O terceiro colocado no desafio foi o Flanela App, que oferece uma plataforma para denunciar abusos de flanelinhas no trânsito de BH.
Cuidar da cidade sempre foi atribuição das prefeituras. Mas com o crescimento das áreas urbanas, as demandas cresceram enormemente. Cabe a nós, cidadãos, buscarmos parcerias e propor ideias que possam, efetivamente, fazer a diferença na cidade. Encurtando distâncias, melhorando a eficiência das obras públicas e trazendo para a população a ideia de pertencimento. Quando percebemos que estamos ajudando a construir uma cidade melhor ficamos ainda mais preocupados em manter e conservar os espaços públicos. O Hack City chegou em boa hora: no momento em que Belo Horizonte completa 120 anos. Tempo de inovar, crescer e tornar nossa cidade o melhor lugar para se viver.
Assista ao vídeo da TV SIMI sobre o Hackacity
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