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Movimento maker coloca a mão na massa

O movimento maker permite que se abra um caminho inverso ao tradicional, em que as grandes empresas deixam de ser as detentoras de conhecimento e tecnologia.


Por Fernanda Mafia

A maior circulação de informações e conhecimento e a facilidade de acesso aos componentes tecnológicos propiciou o surgimento de um cenário que vem sendo tratado com a “nova revolução industrial”: O movimento maker, que nada mais é do que a filosofia que qualquer pessoa pode projetar e criar produtos e projetos inovadores, resolver problemas do seu dia a dia, como consertar coisas.

O movimento acaba de completar 10 anos de surgimento nos Estados Unidos, e é visto como um braço do “do it yourself”, ou “faça você mesmo”, porém com foco na tecnologia. Apesar de o movimento ainda estar dando os primeiros passos no Brasil, já é possível perceber um engajamento das pessoas que, de fato, colocam a mão na massa na materialização dos seus projetos e se tornam protagonistas desse processo de aprender na prática.

Aliás, esta é uma característica muito forte dos entusiastas do movimento maker: É o próprio idealizador de determinado projeto que constrói os primeiros protótipos e peças, o que torna a fabricação dos primeiros exemplares de um determinado produto ainda mais rápida. Exemplo da consolidação desse movimento é o surgimento de grupos e eventos com esse objetivo, como o Startup Weekend Maker, que foi realizado recentemente na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), nos dias 28 a 30 de agosto.

Segundo a Evangelista do Centro de Empreendedorismo da Unifei, Gabriella Sant’Anna, a ideia do evento surgiu quando “a startup vencedora do primeiro Startup Weekend, em 2013, apresentou um projeto baseado em hardware, a Agrosmart”. Nesse momento a instituição percebeu que a sua comunidade tinha potencial para a criação de negócios em hardware com envolvimento da engenharia, chamadas de “Hard Core Startups”.

Hoje a universidade desenvolve alguns projetos voltados para o desenvolvimento e fortalecimento de sua comunidade maker, como oMaker Hacklab, uma maratona com foco em projetos com base no conceito de internet das coisas.

Movimento maker e tecnologia

O movimento maker permite que se abra um caminho inverso ao tradicional, em que as grandes empresas deixam de ser as detentoras de conhecimento e tecnologia. Segundo o desenvolvedor da empresa Rocket eempreendedor, Leonardo Rodrigues Lima, “o movimento ganhou uma força particular, com plataformas de hardware livre como o Arduino e a diminuição de custos com equipamentos como as impressoras 3D e as cortadoras a laser, que agora ganham popularidade”.

Essas mudanças atuam no fomento à inovação e consequentemente abre portas para o despontar de empresas de base tecnológica. Belo Horizonte ainda não possui um laboratório colaborativo voltado para o desenvolvimento de projetos e protótipos, os chamados Fab Labs, mas Leonardo adianta que a criação de um laboratório de prototipagem digital eanalógica, dentro do CEFET-MG está em estágio avançado, o que representa uma evolução no Estado no que diz respeito ao movimentomaker.

Ainda segundo ele, “em Minas Gerais começam a surgir algunsmakerspaces e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), acaba de inaugurar junto com o governo de Minas e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o Laboratório Aberto que vai ser de grande importância para o crescimento do ecossistema aqui em Belo Horizonte”. Laboratórios colaborativos São nos Fab Labs que o trabalho dos makers acontece efetivamente.

Em qualquer lugar do mundo, esses espaços colaborativos contam com um ambiente que favorece o trabalho e materialização rápida dos projetos, afinal “o mundo é ágil, e o processo de empreender precisa segui-lo”, afirma a co-fundadora e diretora executiva da WE FAB, Heloisa Neves. Ela ainda observa uma quebra no tradicional modo de criação de um produto: “Quando vamos empreender a partir do processo tradicional, temos de planejar por muito tempo e agir somente quando tivermos segurança suficiente. No caso do movimento maker acontece o oposto.

Começamos testando nossas ideias na prática, sempre sem medo de errar, recebendo o retorno dos usuários e melhorando constantemente o produto ou sistema”, explica. As vantagens disso são a redução de gastos, criação de uma cultura de colaboração e menos frustações, já que dessa forma, se a ideia não for boa ela pode ser descartada rapidamente. Sobre as tendências do movimento maker, Heloisa acredita que ele “chegou para ficar e alterar muitos processos”.

Um exemplo disso é que a empresas já estão implementando seus próprios Fab Labs, como a AirBus, Renault, Air Liquide, Saint Gobain, com o objetivo de “testar novas formas de desenvolver produtos, maneiras de engajar mais o time, e trabalhar colaborativamente”, conta Heloisa. Por fim, Heloisa fala também sobre o papel da tecnologia e em como ela pode ser uma saída em momentos de crise econômica: “Muitos países da Europa apoiaram a abertura de laboratórios do tipo Fab Lab oumakerspaces como uma alternativa nos momentos de crise, já que essa é uma forma de continuar inovando sem gastar o que não se tinha no momento”.

Fonte: Fernanda Mafia

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