De acordo com Henrique Costa, proteger a biodiversidade é também proteger o ser humano
Por Redação

Iniciado em 2005 por Renato Bérnils, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o artigo Répteis do Brasil e suas unidades federativas: lista de espécies conta, desde 2011, com a participação do pesquisador e doutor em Zoologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Henrique Costa. O estudo reúne em um único lugar informações sobre as espécies de répteis brasileiros, organizada por vários estados e o Distrito Federal e disponibilizada pela revista científica Herpetologia Brasileira.
De acordo com Henrique, o objetivo da iniciativa é facilitar a busca de profissionais por referências, catalisar os processos de licenciamentos ambientais, estudos de impactos e auxiliar na definição de espécimes encontrados e ou descobertos.
Ao todo, já foram catalogadas 795 espécies, o que eleva o Brasil à terceira posição como país com maior diversidade de répteis, perdendo apenas para a Austrália (1.057) e México (942). Segundo o pesquisador, são descobertos nos biomas brasileiros cerca de 13 novas espécies por ano. Por isso, também, a necessidade de organizar o material.
São espécies como a “Cobra-de-duas-cabeças”, chamada assim por ter a cauda semelhante à cabeça. O réptil é da família Amphisbaenidae, se alimenta de insetos e tem hábitos subterrâneos. Henrique foi um dos descobridores de duas espécies, as quais nomeou como Amphisbaena metallurga (em homenagem aos mineiros) e Amphisbaena kiriri (em referência à etnia indígena do local em foi encontrada).
Além dessas, existem outros répteis curiosos que ocorrem nos biomas brasileiros, como o lagarto Rabo-de-abacaxi, que é menor que uma folha, tem a cauda curta e com espinhos, o que lembra um abacaxi. Segundo Henrique, ele cava buracos e quando se esconde neles, usa a cauda para fechar e entrada e se proteger.
Segundo Henrique, no mundo existem cerca de 11 mil espécies de répteis identificadas e a listagem não é a única. Outros pesquisadores e cientistas fazem o mesmo trabalho no exterior.
“No Brasil, é importante ter o registro para saber onde e como as espécies estão se desenvolvendo, por isso o trabalho não se atém apenas à listagem, mas se dedica ainda à atualização das descobertas”, diz o pesquisador.
O trabalho pode ser encontrado na Revista científica Herpetologia Brasileira. Este conteúdo foi publicado originalmente no Minas Faz Ciência.
Fonte: Minas Faz Ciência