Técnica inovadora reduz o período de germinação da semente em 30%
Por Da Redação

O bom desenvolvimento do pé de café começa antes do plantio, já na germinação da semente. Para garantir mais eficiência nessa fase, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) investigaram a aplicação de campo magnético na germinação das sementes do fruto. E o resultado é promissor. Com uma técnica simples e acessível, a exposição ao magnetismo encurtou o tempo de germinação da semente e contribuiu para o crescimento de mudas mais produtivas.
No processo convencional, a geminação ocorre no prazo de 30 dias. A inovação permitiu reduzir para 20 dias, período em que o embrião da muda atinge, pelo menos, um milímetro de comprimento. Para chegar a esse resultado, o pesquisador Roberto Luiz Azevedo e o professor do Departamento de Automática (DAT) da UFLA, Roberto Alves Braga Jr., submeteram sementes de café arábica ao campo magnético criado por um eletroímã, durante seis dias, dentro de germinadores. Eles desenvolveram uma bobina com ímãs usados em caixas de som.
“Outros estudos já apontavam a preferência do campo magnético por alguns íons de cálcio, que, nas sementes, ajudam na germinação. A partir daí, criamos a técnica para o café, que permitiu uma melhora na permeabilidade das membranas celulares do fruto, além de promover uma germinação mais rápida e uniforme das sementes”, explica Roberto Luiz Azevedo.
O físico Roberto Alves Braga Jr. conta que a magnetização é suficiente para reduzir a dormência da semente, independente dos valores do campo magnético. “Desenvolvemos o eletroímã para controlar o tamanho e a quantidade do campo magnético capaz de sensibilizar a semente, na intensidade suficiente para ativar os elementos internos dela a ponto de germiná-la melhor”, esclarece.
Mais produtividade
Uma das maiores dificuldades na produção de mudas de café para o plantio é o longo período de germinação das sementes. Por isso, a descoberta traz perspectivas de lucratividade para cafeicultores e produtores de mudas. Mais sementes de café de um lote se tornaram viáveis por menos dias com o bombardeamento de carga elétrica. “Se o produtor rural plantar a semente e ela não germinar, ele perde tempo, trabalho e dinheiro. Essa melhoria pode aumentar a produtividade no plantio e, consequentemente, a renda”, ressalta Roberto Alves Braga Jr.
Saiba mais sobre os resultados aqui, no site da UFLA.
Na coluna Ciência em Minas, você fica por dentro dos resultados produzidos por pesquisadores e instituições mineiras. Aqui mesmo, no Simi.
Fonte: http://ciencia.ufla.br/reportagens/agropecuaria/660-pesquisa-da-ufla-acelera-germinacao-das-sementes