Cientistas conquistaram prêmios na área da Química, Física e Ciências da Vida e garantiram bolsa-auxílio de R$ 50 mil
Por Redação
Três pesquisadoras de universidades mineiras estão entre as sete vencedoras do programa L’Oréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência, que identifica e recompensa jovens cientistas talentosas no campo das Ciências da Vida, Ciências Físicas, Matemática e Química.
Rafaela Salgado Ferreira, professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, foi vencedora na área de Química. Fernanda Maria Policarpo Tonelli, que realiza residência pós-doutoral no Departamento de Morfologia do mesmo instituto, foi a selecionada na área de Ciências da Vida. Além disso, Jenaina Ribeiro Soares, professora da Universidade Federal de Lavras, foi a vencedora na área de Física.
As ganhadoras foram escolhidas por um júri formado por integrantes da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que selecionaram sete pesquisas científicas entre as 392 candidatas inscritas na edição 2017 do prêmio. A banca avaliadora considerou o potencial das pesquisas e a trajetória que as candidatas já desenvolveram em suas áreas de atuação. Cada cientista será premiada com bolsa-auxílio de R$ 50 mil para fundamentar e dar continuidade às pesquisas.
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Conheça abaixo as pesquisas das cientistas da UFMG
Doenças negligenciadas
Rafaela Salgado Ferreira trabalha no desenvolvimento de remédio para tratamento da doença de Chagas e zika, a partir do desenho de moléculas capazes de inibir o funcionamento de proteínas essenciais na fisiologia do vírus e do protozoário Trypanosoma cruzi.
Para a professora, o prêmio “é extremamente gratificante e motivador, porque é sinal do reconhecimento da relevância das linhas de pesquisa” desenvolvidas em seu grupo, que inclui desde alunos de iniciação científica a pós-graduandos.
Outro aspecto relevante, segundo a pesquisadora, é o financiamento oferecido pelo programa L’Oréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência. “A bolsa, que seria importante em qualquer momento, torna-se muito mais agora, em que atravessamos uma crise muito séria, com poucos editais abertos”, avalia a professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia.
Hormônio do crescimento
A pesquisa de Fernanda Maria Policarpo Tonelli utiliza a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) como biofábrica para produção do hormônio de crescimento humano (hGH). Sua tese de doutorado, defendida na UFMG, gerou depósito de dez pedidos de patentes relacionadas à elaboração de estratégias inovadoras para modificação de células-tronco espermatogoniais e ao uso de nanomateriais para entrega de genes nesse tipo de célula.
Com a bolsa oferecida pelo prêmio, Fernanda Tonelli vai intensificar o trabalho que vem desenvolvendo no programa de biologia celular do ICB. “O auxílio financeiro facilita bastante para viabilizar a pesquisa, que vinha sendo feita com financiamento escasso”, comenta.
Os trabalhos atuais de Fernanda Tonelli concentram-se no uso de animais como biorreatores para a produção eficiente de hGH e de outras proteínas de interesse para a saúde humana. “Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou quase R$125 milhões com a importação de hGH”, informa a pesquisadora, para demonstrar a importância dessa linha de investigação.
Fonte: UFMG