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Pesquisadores brasileiros desenvolvem veículo aéreo hipersônico

Primeiro voo do motor aeronáutico hipersônico produzido no Brasil será realizado em dois anos pela Força Aérea Brasileira


Por Redação

Modelo de laboratório do Vant
Crédito: FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizará, em dois anos, o ensaio em voo do primeiro motor aeronáutico hipersônico feito no Brasil. O teste integra um projeto mais amplo que tem como objetivo dominar o ciclo de desenvolvimento de veículos hipersônicos, que voam, a pelo menos, cinco vezes a velocidade do som.

Além do motor hipersônico, o projeto Propulsão Hipersônica 14-X (PropHiper), iniciado em 2006, prevê a construção de um veículo aéreo não tripulado (vant), onde o motor será instalado. Batizado de 14-X, em homenagem ao 14-Bis, o vant empregará o conceito de waverider, no qual uma onda de choque gerada abaixo dele, devido a sua alta velocidade, lhe fornece sustentação.

Segundo o gerente do projeto PropHiper, Israel Rêgo, o motor hipersônico em desenvolvimento no país, também poderá ser empregado como segundo ou terceiro estágio de propulsão de foguetes. O veículo aéreo hipersônico poderá ser usado como avião de passageiros ou para fins militares.

Desafios

Já foram investidos R$ 53 milhões no 14-X, programado para voar a 10 vezes à velocidade do som. Antes de sair do laboratório, no entanto, alguns desafios ainda precisam ser superados. O primeiro é a finalização do motor, do tipo scramjet. Assim como os motores de jatos comerciais, o scramjet usa o ar da atmosfera para a queima do combustível. No entanto, ao contrário dos motores dos aviões, o do 14-X não tem partes móveis, como compressores e turbinas.

“Na combustão supersônica, o ar capturado deve ser desacelerado, pressurizado e aquecido antes de entrar na câmara de combustão, onde é injetado o combustível. E isso depende da perfeita geometria do motor”, diz Rêgo.

Outra barreira é fazer com que o veículo resista ao atrito gerado pelo voo à velocidade hipersônica. “As partes que sofrem maior aquecimento por fricção com o ar devem ser feitas de materiais resistentes a altas temperaturas, enquanto as mais frias devem ser de aço ou alumínio aeronáutico”, explica o coronel Marco Antônio Sala Minucci, engenheiro aeronáutico e consultor de hipersônica do projeto 14-X.

O programa é coordenado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB, em parceria com a empresa Orbital Engenharia, ambos de São José dos Campos (SP).

Fonte:

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