Relatório aponta que a terra disponível no planeta não é um fator limitante para a produção simultânea de alimentos e bioenergia no mundo
Por Redação
A terra disponível no planeta não é um fator limitante para a produção simultânea de alimentos e bioenergia no mundo. É o que aponta a avaliação do relatório “Reconciling Food Security and Bioenergy: Priorities for Action (Conciliando a Segurança Alimentar e a Bioenergia: Prioridades para Ação)”, divulgado por uma equipe internacional e multidisciplinar de especialistas de dez instituições de pesquisa em sete países.
O documento identifica medidas científicas para a implementação de uma economia de base biológica, conhecida como bioeconomia, essencial para aumentar a segurança energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre as recomendações estão a adoção de estratégias para lidar com fatores locais de risco; engajamento de populações locais; estímulo à compatibilidade da coprodução de alimentos e bioenergia; adoção de culturas flexíveis e planejamento para diversificar mercados locais com aproveitamento de resíduos como palha e bagaço de cana.
Outras medidas propostas são o apoio à implantação de unidades de produção com uso múltiplo, para aumentar o suprimento de biomassa sustentável; gerenciamento adaptativo dessas unidades; comunicação pública sobre os objetivos, obstáculos e oportunidades da coprodução para lidar com necessidades locais; e a colaboração em programas locais de desenvolvimento.
A pesquisadora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e membro da equipe, Glaucia Souza, explica que uma parte significativa da energia de um país pode ser fornecida por biomassa ao mesmo tempo em que a produção de alimentos é aumentada.
A indústria produtora de etanol de cana, por exemplo, é responsável por melhorar as condições de subsistência no país, além de promover a infraestrutura e o desenvolvimento rural. De acordo com a pesquisadora, o programa de etanol de cana do Brasil demonstrou, ao longo de 40 anos de monitoramento, que é possível conciliar o aumento de incentivos para restauração da terra e serviços ecossistêmicos com o aumento da segurança alimentar e redução da pobreza.
O relatório também destaca que investimentos em pesquisa e em sistemas que permitem aumentar a segurança alimentar e o abastecimento de energia podem atenuar situações de risco.
Clique aqui e acesse o relatório.
*Com informações da Agência Gestão CT&I
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