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Pesquisas apresentam soluções para o aproveitamento de rejeitos de mineração

Materiais podem ser empregados em áreas como construção civil e agricultura


Por Redação

Barragem do Itabiruçu, em Itabira, tem mais de 200 milhões de metros cúbicos de rejeitos
Crédito: Vale

A exploração do minério de ferro inevitavelmente gera rejeitos. Em muitas minas, como na do Fundão, em Mariana, e a do Córrego do Feijão, em Brumadinho, esses rejeitos são dispostos em barragens. No entanto, já existem tecnologias que possibilitam o aproveitamento de 100% desses resíduos e sua transformação em coprodutos que podem ser aplicados em outras áreas.

A partir dessas possibilidades, especialistas da UFMG defendem que investimentos sejam feitos continuamente em pesquisas interdisciplinares, para consolidar o conhecimento nacional sobre essas tecnologias.

Segundo o chefe do Departamento de Engenharia da Minas, Roberto Galèry, a universidade mantém várias linhas de pesquisa relacionadas ao aproveitamento desses rejeitos e ao monitoramento de barragens. “Não são tecnologias caras, mas que ainda precisam ser mais bem compreendidas, especialmente em relação ao custo-benefício”, argumenta.

Alternativas

O Laboratório de Geotecnologias e Geomateriais, do Centro de Produção Sustentável da UFMG, em Pedro Leopoldo (MG), conta com o forno flash para calcinação que possibilita calcinar – reação química de decomposição térmica – microparticulados. Evandro Gama, também do departamento de Engenharia da Minas, explica que os rejeitos da barragem de lama, quando levados ao forno, passam pelo processo de secagem e calcinação, que separa a areia da pozolana e do pigmento.

Esses coprodutos podem ser empregados na produção de concreto, argamassa, cerâmica, tijolos e blocos, com aproveitamento em obras de infraestrutura e construção civil.

Outro estudo do laboratório em Pedro Leopoldo é a secagem e enpelotização a frio do rejeito de barragens. “Esse agregado artificial tem a grande vantagem de não exigir novos investimentos em maquinário, porque pode ser obtido nos mesmos equipamentos utilizados pelas mineradoras na pelotização do minério de ferro”, afirma Evandro, que também investiga a viabilidade das pelotas na agricultura, para drenagem e enriquecimento do solo. Essa segunda alternativa apresenta a vantagem de não emitir dióxido de carbono.

Mais algumas alternativas apontadas por Galèry são a metodologia de deposição a seco, que propõe a filtragem de deposição do rejeito para ser compactado, e a tecnologia da pasta mineral, que propõe adensamento de material muito fino, com drenagem da parte líquida e consequente aumento da estabilidade dos depósitos de rejeitos.

Assista a explicação: 

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