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Pint Of Science discute os mitos e verdades da Dengue, Zika e Chikunguya em bar de Belo Horizonte

Cerca de 100 pessoas conversaram com pesquisadores que apresentaram os projetos de forma leve e descontraída, aproximando o público do universo acadêmico


Por Paula Isis/SIMI

 No palco, Heverton Dutra, estudante de doutorado do Centro de Pesquisas René Rachou da Fiocruz de Minas Gerais

Na noite desta segunda-feira, 23 de maio, o futebol deu licença à ciência nas mesas do Itatiaia Rádio Bar, em Belo Horizonte. A primeira noite do Pint Of Science, evento em comemoração aos 30 anos da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), reuniu os pesquisadores Fábio Prezoto e Heverton Dutra que deixaram seus laboratórios para discutir os mitos e as verdades que circundam as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.

O telão habituado a transmitir as partidas de futebol dos times da capital mineira, projetou dados sobre as três doenças que tornaram-se casos de saúde pública no Brasil nos últimos anos e as novas formas de combate, como a utilização da bactéria Wolbachia, presente em mais de 60% dos insetos, que está sendo inserida no Aedes para combater a proliferação das doenças.

Remédios caseiros e sua eficácia
De forma descontraída, o pesquisador da UFJS, Fábio Prezoto, apresentou um panorama sobre o vetor das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, o mosquito odioso do Egito. Um dos temas abordados foi a questão do Aedes ser um mosquito de hábito urbano, o que torna o combate mais difícil por conta dos nossos hábitos. “Estamos colhendo um reflexo do nosso próprio hábito”, ressalta.

O pesquisador também falou sobre os remédios caseiros que prometem eliminar o mosquito. Entre eles, Fábio afirmou que colocar borra de café ou utilizar cravo e limão em um recipiente com as larvas são apenas mitos. “O que mais funciona é a vistoria e o controle dos criadouros. E é importante ressaltar que o combate ao mosquito não pode ser esquecido em épocas de frio, porque o mosquito tá aí”, finalizou.

 Fábio Prezoto, pesquisador da UFJS

Wolbachia, a bactéria que combate o mosquito
Em seguida, foi a vez do jovem estudante de doutorado do Centro de Pesquisas René Rachou da Fiocruz de Minas Gerais, Heverton Dutra, subir ao placo para apresenta sua pesquisa: uma dieta artificial para mosquitos em laboratório que dispensa sangue humano e animal.

Além disso, o pesquisador também falou sobre a bactéria Wolbachia, que quando inserida no Aedes aegypti, reduz a capacidade do mosquito em transmitir o vírus da dengue. Sobre a Zika, Heverton também alertou sobre a possibilidade do vírus ser transmitido pelo contato sexual.

Durante sua apresentação, Dutra desmitificou o fato da Zika estar associada apenas aos países subdesenvolvidos. “Há muitos casos da doença na Autrália, por exemplo. Então ela é mais comum em países de clima tropical e subtropical”, explica.

Os pesquisadores também chamaram a atenção para o combate ao vírus e não ao vetor. Para Fábio, o maior problema está na questão sanitária.

Apesar dos números alarmantes de pessoas infectadas, os pesquisadores ressaltaram que o número de mortalidade é muito baixo. Segundo eles, o grande problema dessas doenças é que elas são incapacitantes, pois as pessoas param de produzir durante um determinado período, então, isso afeta, principalmente, o setor econômico.

Após as palestras, o público enviou perguntas aos pesquisadores, abrindo assim uma sessão de bate papo a fim de sanarem as dúvidas da população. O festival Pint Of Science “foi de encontro ao que a gente precisa na ciência: que é levar o conhecimento lá da academia para o público”. Fiquei extremamente satisfeito. Eu vi que as pessoas entenderam o espírito da coisa, perderam a vergonha, perguntaram e estavam à vontade para tirarem suas dúvidas. Foi algo extremamente acertado”, comemora Prezoto.

Para o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, Paulo Sério Beirão, a realização do Pint une dois ambientes que normalmente não se associam. Paulo ressaltou que apesar dos ambientes serem um pouco isolados, muita coisa importante para a ciência se desenvolveu no bar. “Teve um encontro em um boteco em Cambridge que foi muito importante para o início da solução da estrutura do DNA”, comenta.

O evento ainda acontece nos dias 24 e 25 de maio. Clique aqui e confira a programação.

Confira galeria da noite:

Realização
O Pint of Science Belo Horizonte 2016 é uma realização da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), com o apoio do Sistema Mineiro de Inovação, Itatiaia Rádio Bar, Cantina do Lucas, Cafeteria MM Gerdau e Comida de Buteco.

Fotos: ®Diogo Brito/Fapemig

Fonte:

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