Hearing For All é desenvolvido em parceria com universidade inglesa e promove a inclusão de crianças com deficiência a partir de aparelhos mais baratos
Por Renato Carvalho/SIMI

Em todo o mundo, cerca de 360 milhões de pessoas sofrem com problemas auditivos. Desse número, 32 milhões são crianças, segundo dados da OMS de 2017. As dificuldades de comunicação, isolamento social e o estigma associados a problemas auditivos resultam em perdas de aproximadamente US$ 573 bilhões, aponta a agência.
Aparelhos auditivos ajudam a diminuir essas barreiras, mas o acesso a esses dispositivos, principalmente em países subdesenvolvidos, é restrito devido ao seu alto custo. Por isso, um projeto de pesquisa do Laboratório Integrado de Design e Engenharia de Produto (Lidep) da UFMG desenvolve um aparelho auditivo por meio de tecnologia aberta e de baixo custo.
O projeto Hearing for All é desenvolvido em parceria com um grupo de pesquisa de Processamento de Sinais Biomédicos, da Universidade de Southampton, na Inglaterra, que é responsável pela tecnologia eletrônica envolvida. “Esse grupo está focado em aperfeiçoar um sistema eletrônico de aparelhos auditivos a partir de um microcomputador, o RaspBerryPi. Em comparação com a interface usuário-produto, o grupo de pesquisa do Lidep está desenvolvendo o aparelho auditivo que conterá o sistema”, explica o trecho de um artigo do grupo brasileiro.

Com o propósito de favorecer a inclusão e o desenvolvimento social das comunidades afetadas e empoderar seus usuários, o projeto é elaborado a partir de uma plataforma aberta. Dessa forma, designers de todo o mundo podem acessar e produzir os produtos, expandindo o acesso a tecnologia em diferentes partes do globo.
Além do baixo custo, em média R$ 400 cada aparelho, segundo o membro do grupo João Gabriel Rosa, o design favorece o uso do produto no cotidiano. Destinado ao público infantil, os aparelhos possuem cores, características e design apropriados para crianças.
“Num mundo onde escondemos as diferenças na tentativa de nos colocarmos nos modelos tradicionais, este projeto procura ter um efeito sobre as crianças para que encontrem em suas dificuldades os poderes de viver e de se beneficiar, de forma mais equitativa, dos meios common law”, conclui o artigo.
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