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Ressaca foi a responsável pela descoberta de um dos medicamentos mais famosos do mundo

Stewart Adams descobriu o novo analgésico quando se curou de uma ressaca pouco antes de fazer um discurso importante


Por Redação

Crédito: Pixabay

“Eu era o primeiro a falar e estava com um pouco de dor de cabeça depois de uma noite com os amigos. Então tomei uma dose de 600 mg, só para garantir, e achei que foi muito eficaz”, relatou o farmacêutico Stewart Adams, criador do ibuprofeno, que faleceu aos 95 anos, no fim de janeiro.

Quando tinha 92, o farmacêutico contou à BBC como foram os anos de pesquisa, os testes intermináveis de compostos e as muitas decepções antes de ele e sua equipe chegarem à formulação do ibuprofeno.

Comercializado há 50 anos, o ibuprofeno tornou-se um dos analgésicos mais populares do mundo. É muito raro encontrar um armário de remédios que não tenha esses comprimidos.

A droga é indicada para tratar febre, dor de cabeça, dor nas costas, dor de dente, entre outras porque o tempo de ação é rápido e o medicamento é de fácil acesso, disponíveis em todas as farmácias no mundo.

No entanto, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido alerta que a droga deve ser tomada em doses menores e com um intervalo de tempo grande, já que pode causar efeitos colaterais como náuseas e vômito.

O farmacêutico Stewart Adams, criador do ibuprofeno
Crédito: BOOTS UK

Dez anos de pesquisa

Criada em 1897, a aspirina foi o primeiro anti-inflamatório não esteroide a ser desenvolvido. Embora utilizada como analgésico na época, o medicamento tinha que ser administrado em doses muito altas, de modo que o risco de efeitos colaterais, como reação alérgica, sangramento e indigestão, era muito grande. Na década de 50, por exemplo, ela começou a cair em desuso no Reino Unido.

Em busca de uma alternativa, Adams recrutou o químico John Nicholson e o técnico Colin Burrows para ajudá-lo a testar a potência de mais de 600 compostos químicos. A proposta era encontrar uma droga que fosse bem tolerada pelo corpo.

A equipe então começou a testar, pacientemente, os compostos até encontrar algo que valesse a pena submeter a testes clínicos.

Apesar das chances de sucesso serem mínimas, Adams e sua equipe insistiram por 10 anos.”Eu sempre senti que seríamos bem sucedidos.”. E o farmacêutico sempre agia como cobaia, testando dois ou três compostos em si mesmo.

Crédito: SCIENCE PHOTO LIBRAR

Adams reconheceu que isso nunca seria permitido nos dias atuais, mas disse que pelo menos eles tiveram o cuidado de realizar, de antemão, testes de toxicidade. “Foi importante testá-los e fiquei empolgado em ser a primeira pessoa a tomar uma dose de ibuprofeno.”

Durante aquele período, quatro drogas foram para testes clínicos e falharam. Em 1961, eles chegaram ao composto chamado de ácido 2-(4-isobutilfenil)propanoico ou ácido isobutilpropanoicofenólico, que mais tarde se tornaria o ibuprofeno.

A patente para a substância foi concedida para a empresa Boots em 1962 e aprovada como medicamento de prescrição sete anos depois. Segundo Dave McMillan, ex-chefe de desenvolvimento de saúde da Boots Reino Unido, o ibuprofeno foi uma droga extremamente importante para a empresa.

Atualmente, cerca de 20 mil toneladas de ibuprofeno são produzidas todos os anos por uma série de empresas sob diferentes marcas. O medicamento é apresentado em formatos distintos também, incluindo doses líquidas desenvolvidas especificamente para crianças.

Fonte: BBC

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