Um músico e um matemático unem os dois temas e fazem palestra durante o Pint of Science
Por Franco Serrano/SIMI
O festival internacional Pint of Science desembarcou em Belo Horizonte pela segunda vez e nesta noite de segunda-feira, 15 de maio, levou à Cantina do Lucas, no tradicional Edifício Maleta uma temática um tanto quanto inusitado, que misturou música e matemática.
Mas o que realmente elas têm a ver?
Absolutamente tudo. E foi isso que os palestrantes da noite, o professor de matemática Gílmer Peres, do Cefet, e o músico Alfredo Ribeiro mostraram aos mais 150 presentes na Cantina do Lucas.
A Matemática somada à música
Segundo Gílmer, “as descobertas científicas não são um acaso. Os fatos chamam atenção e, assim, cientistas se aprofundam para fazerem descobertas”. Foi o caso de Pitágoras e a sua lei das cordas. Ele descobriu, no século VI a.C., que notas que produzem uma sensação agradável guardam entre si uma razão de números inteiros.
Desta forma, não existia uma maneira para medir frequências, o que o instigou a usar cordas de diferentes comprimentos para realizar sua pesquisa. A partir disto, ficou evidente que duas cordas com comprimentos na proporção de 1/2 produzem uma sensação agradável ao ouvido; o mesmo acontece se as cordas têm comprimentos nas proporções 2/3 e 3/4.
Pitágoras definiu assim que não só na música, mas “os números governam o mundo”, pois “todas essas descobertas resultaram em números e esses números traduzem as descobertas ciêntíficas”.
Quando a música vira matemática
Imagine reunir quatro músicos considerados gênios violinistas, de épocas diferentes e, tocando a mesma música, quantificar e descobrir traços específicos de época, comportamento, personalidade e técnica diferenciadas destes quatro músicos? Sim. É possível e foi exatamente isso que o músico Alfredo Ribeiro apresentou aos presentes do Pint of Science.
“Todo desenvolvimento científico influencia a música. Seja ele intelectual ou voltado para a música. As pesquisas e as novas tecnologias impactam diretamente no desenvolvimento da música, porque aprimoram técnicas de gravação […] e na qualidade técnica do músico”, afirmou Alfredo.
“Produzimos um artigo recentemente e analisamos quatro músicos de diferentes gerações interpretando a mesma música. Foi possível extrair dados matemáticos quantitativos dessas interpretações e disponibilizar características peculiares de cada um deles”, finalizou Alfredo.
Você pode ler o artigo de Alfredo Ribeiro neste link.
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