Polsec UAI utiliza inteligência artificial para captar som, imagem e até cheiro; sistema tem baixo custo de implantação
Por Paula Isis/SIMI

“Nossa tecnologia desenvolvida aí em BH está fazendo um sucesso maravilhoso aqui em Dubai.” Foi em tom de alegria que Renato Werner começou a entrevista comigo, via WhatsApp, após falar sobre o projeto em uma das maiores emissoras de rádio da cidade do Emirados Árabes. A tecnologia desenvolvida pela Polsec Law, com sede em Belo Horizonte, utiliza inteligência artificial e está conquistando diversos países, além de estar em teste em Mumbai, Delhi e AgraImagine.
Imagine que você está andando pela rua e chega uma mensagem no seu celular. Você abre o WhatsApp e tem um alerta de voz: perigo – não verifique seu telefone enquanto atravessa a rua. A princípio, você ficaria um pouco assustado, eu sei, mas a Polsec Uai está zelando por sua segurança.
Apesar de muito tecnológico, o sistema é simples. Placas instaladas na iluminação pública têm sensores que “veem, cheiram, ouvem” e enviam comandos. “Ela foi desenvolvida para ser instalada em vias públicas, tanto para projetos de Smart City quanto para monitoramento e segurança. Também foi pensada em larga escala, pois não [precisa de rede nem internet o tempo todo, não necessita de pessoas para monitorar, pois tem inteligência artificial, e, principalmente, pelo baixo custo, muito inferior ao de câmeras comuns, e com uma performance incomparavelmente maior”, explica Renato.
O presidente ainda destaca que a placa é única e pequena suficientemente para ser instalada dentro de luminárias, ficando de fora apenas a microlente e os sensores. Sendo assim, o sistema proporciona muita segurança e a visão de cima, obtida ao ser instalada na iluminação do poste, é estratégica.
Mas e a privacidade? Viveríamos constantemente como em um reality show? Renato é bem categórico quanto a isso. “Para que fique claro, desenvolvemos o projeto considerando a regulamentação de proteção à privacidade da União Europeia. O áudio é captado e transformado em dados. Portanto, nenhuma conversa pode ser escutada, e o sistema é treinado para reconhecer apenas as palavras polícia ou socorro.“ Além disso, ele destaca que o sistema consegue aprender essas mesmas palavras em qualquer idioma ou em qualquer dialeto do mundo.
O nome Polsec Uai faz uma alusão à tecnologia utilizada, mas também à terra natal da empresa. “Porque UAI é a abreviação de Universal Artificial Intelligence, que é nosso diferencial e nossa principal propriedade intelectual, e ao mesmo tempo é a expressão da palavra símbolo da nossa terra, da nossa origem, Minas Gerais”, comenta.
Participação na FINIT foi decisiva para o aperfeiçoamento do negócio
O protótipo lançado na primeira edição da FINIT, em 2016, foi fundamental para o desenvolvimento do sistema. Segundo Renato, com o feedback positivo obtido na feira, a empresa deu continuidade .“Nosso protótipo que já funcionava muito bem mas não tinha inteligência artificial e usamos hardware de terceiros.” Após o sucesso no evento, o empresário conta que a empresa investiu cerca de R$ 5 milhões para desenvolver o próprio hardware e na sequência desenvolveram o algoritmo de inteligência artificial.
Com o domínio tecnológico tanto do hardware (equipamento) quanto do software, mesmo sem fazer qualquer propaganda, a notícia sobre o desenvolvimento começou a se espalhar e “hoje temos tantos convites de inúmeros países que querem implantar nossa tecnologia que estamos pensando seriamente em abrir o capital da empresa (isso é somente uma das possibilidades) para conseguirmos atender a demanda”, comemora.
Werner ainda comenta que ele, como presidente da empresa, tem viajado o mundo todo (literalmente) ficando, no máximo, cinco dias por mês no Brasil e o resto todo no exterior, “mas mesmo assim, não estamos dando conta de atender a todos os convites de cidades interessadas na nossa tecnologia”.

E no Brasil? Quando a tecnologia será instalada?
O presidente afirma que existe uma previsão para a Polsec Uai ser implantada em algumas cidades do interior de Minas, mas em pequena escala. “A cidade de Papagaios e Confins, por exemplo, estão com câmeras sendo instaladas nas luminárias de LED e em breve estarão com o sistema operando.”
Mas Renato afirma que, por hora, o foco da empresa está no exterior. “Estamos priorizando o atendimento às cidades com projetos avançados no conceito de “smart and safe cities”, finaliza.
Sobre a empresa
A Polsec é uma empresa brasileira de alcance nacional, com sede em Belo Horizonte. Atua desde 1997 em pesquisas de desenvolvimento, fabricação e distribuição de equipamentos para segurança pública. Pertence a um grupo econômico que emprega mais de 700 funcionários. Fornece e desenvolve produtos com aplicação de alta tecnologia para vários estados brasileiros e países. O empenho é para ser referência em confiabilidade e qualidade no ramo de segurança e inteligência Policial em nível mundial, pois acredita na co-responsabilidade entre o estado, as empresas e a população, na busca pela preservação da ordem e da segurança pública.
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