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Trem que flutua abre espaço para visitações no Rio de Janeiro

Desenvolvido pela Coppe/UFRJ, Maglev-Cobra possui levitação magnética e custo bem menor do que o do metrô


Por Julio Longo

Maglev-Cobra aberto a visitações às terças-feiras

Desde o dia 16 de fevereiro, o Maglev-Cobra, veículo de levitação magnética desenvolvido pela Coppe/UFRJ passou a operar viagens demonstrativas abertas ao público. O veículo, que trafega silenciosamente sem emitir poluentes, utiliza a tecnologia de levitação magnética por supercondutividade, valendo-se das propriedades diamagnéticas de supercondutores de elevada temperatura crítica e do campo magnético produzido por ímãs de Nd-Fe-B (neodímio, ferro e boro) para obter sua levitação.

Sua linha é alimentada por quatro painéis de energia solar fotovoltaica e liga o Centro de Tecnologia (CT) ao Centro de Tecnologia 2 (CT2) da UFRJ. Por ser ainda uma linha experimental, o Maglev-Cobra transporta até 30 passageiros por viagem e circula a uma velocidade de 10 km/h. É possível, no entanto, conectar novos módulos, de 1,5 m de comprimento cada, e aumentar a capacidade do veículo que, em percursos mais longos, pode chegar à velocidade de 100 km/h.

Vantajoso em termos econômicos, o custo de implantação do Maglev é bem menor do que o do metrô, por exemplo. Enquanto a implantação de metrôs custa de R$ 100 a 300 milhões por quilômetro, a estimativa é de que a do Maglev-Cobra custe aproximadamente R$ 33 milhões por quilômetro. Além disso, seu projeto de design foi planejado a partir de um perfil modular que permite a transposição das linhas implantadas. Em outras palavras, isso significa que uma prefeitura pode modificar o traçado de uma linha de acordo com suas necessidades específicas, possibilitando um melhor atendimento das demandas populacionais. Outra vantagem do sistema modular é que graças a ele, o Maglev pode acompanhar as vias já existentes, inserindo-se de maneira integrada no ambiente, causando menor interferência na paisagem.

Além das vantagens econômicas, também há importantes aspectos ambientais relacionados ao Maglev. Para se ter ideia, ele apresenta um custo energético por passageiro-quilômetro equivalente a apenas 13% do consumo médio de um ônibus urbano. Na prática, isso significa uma significativa redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa e menos poluição.

O projeto do Maglev é desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe, sob a coordenação do professor Richard Stephan. Fundado em 1998 pelo professor Roberto Nicolsky, o Lasup tem por objetivo a pesquisa e o desenvolvimento de dispositivos supercondutores (material que, resfriado abaixo de determinada temperatura, apresenta resistência elétrica nula ou não mensurável) para meios de transporte e sistemas elétricos de potência.

O Maglev-Cobra receberá visitações todas as terças-feiras, em dois horários: das 11 às 12h e das 14 às 15h.

Matéria originalmente publicada em Agência UFRJ de Inovação.

Fonte: Agência UFRJ de Inovação

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