Diferente do tratamento convencional no qual os pacientes precisam tomar várias doses de medicamento, o sistema nanoparticulado reduz a quantidade e o tamanho dos comprimidos
Por Paula Isis/SIMI
Professor Armando Silva – orientador da pesquisa
O esquema posológico atual de tratamento do HIV/AIDS consiste em duas doses altas ao dia e por período indeterminado, o que acaba dificultando a adesão dos pacientes ao tratamento de longo prazo e, consequentemente, reduzindo a eficácia do medicamento.
Durante o Inova Minas 2015, realizado pela Fapemig, a pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Milena Magalhães, na época doutoranda do Programa de pós-graduação de ciências farmacêuticas da UFMG, desenvolveu junto ao professor Armando Silva, uma formulação que promete revolucionar o tratamento da doença.
“O sistema desenvolvido visa tratar crianças portadoras de HIV. Estamos usando antirretrovirais que são uma grande esperança no tratamento da AIDS”, afirma o professor Armando. Ainda de acordo com ele, no tratamento convencional os pacientes precisam tomar várias doses de medicamento.
Segundo o professor, a tecnologia do fármaco consiste em um sistema particulado (pequenas partículas de tamanhos microscópicos) que libera gradativamente substâncias no organismo.
De acordo com o professor, o sistema de tratamento convencional é mais complicado, não só pela quantidade de medicamentos que a criança precisa ingerir, mas também pelo tamanho que esses comprimidos têm.
Os pesquisadores acreditam que a utilização de antirretrovirais em nanoparticulas pode aumentar a eficácia, reduzir o risco de resistência e simplificar a terapia. Além disso, o custo do tratamento também poderá ser reduzido devido à possibilidade de administração de doses mais baixas e em menor frequência.
O doutor Armando ressalta que a pesquisa foi desenvolvida apenas na área experimental. “Para chegar ao medicamento você precisa de ações que não dependem só do nível acadêmico”, pontua. De acordo com ele, existe um interesse da Funed em apoiar e dar continuidade à pesquisa.
Assista entrevista do professor para CTIT UFMG:
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