Projeto vai beneficiar 1.500 famílias da região, com envolvimento de estudantes e professores da universidade
Por Redação

Na última segunda-feira, 13 de novembro, o Instituto de Ciências Agrárias (ICA), campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Montes Claros, lançou o Biofábrica. O empreendimento é uma parceria da universidade e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) do Governo Federal, e vai receber atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade, com foco em biotecnologia, melhoramento genético de espécies vegetais e produção de mudas agrícolas.
De acordo com a UFMG, as atividades da Biofábrica já são desenvolvidas em um laboratório da universidade, mas serão estendidas com a ampliação de sua estrutura física, tanto laboratorial quanto de campo. Com um investimento de R$ 1.344.000, do Governo Federal, serão construídos laboratório, estufas, viveiros, área de preparo de insumos, entre outros espaços. A Biofábrica ocupará uma área de cinco mil metros quadrados, ao lado do Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias no campus do instituto. O início das obras está previsto para o próximo ano e a expectativa é que já estejam concluídas até o fim de 2018.
Além da área física, a Biofábrica também contará com equipamentos e instrumentos como autoclaves de grande porte (usados para esterilização), câmara de fluxo laminar, que serve para a manipulação e trabalho com as mudas, incubadoras para o crescimento vegetal, entre outros.
Segundo o professor Demerson Sanglard, coordenador técnico do projeto e professor do ICA, um dos objetivos da Biofábrica é integrar professores, estudantes e produtores rurais em uma troca de conhecimento entre universidade e comunidades tradicionais, de forma a impulsionar a produção da agricultura familiar da região Norte de Minas.
Ele destaca que, aproximadamente, 1.500 famílias da região serão diretamente beneficiadas com a oferta de mudas de espécies agrícolas nativas e de interesse no mercado regional, como banana, palma forrageira, mandioca e alho, além do apoio técnico aos agricultores.
“O intuito é que tenham um efetivo aumento da renda e melhorias na segurança alimentar”, comentou Demerson. O professor destaca que a assessoria técnica aos produtores vai contribuir com diagnósticos focados nas relações entre as plantas, o solo e o clima; na existência ou estratégias de combate de pragas; e também diagnósticos socioeconômicos.
Além destas ações, a Biofábrica também funcionará como um laboratório para apoio às aulas de graduação e pós-graduação, no qual os alunos poderão desenvolver aulas práticas e pesquisas científicas. Uma das principais atividades será o desenvolvimento de mudas vegetais em laboratório. Ainda de acordo com o professor, se comparado ao sistema convencional, a criação em laboratório possui inúmeras vantagens. Dentre elas, ele destaca que produção em grande escala e curto espaço de tempo resulta em uniformidade de desenvolvimento da muda e produção até 30% maior. “Outro fator importante é que as mudas chegam ao campo livres de pragas e doenças”, afirmou Demerson.
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