Sistema, desenvolvido por empresa mineira, entrará em fase de testes nesta semana
Por Pedro Matos/SIMI
O número de queixas de atos contra a dignidade sexual em ônibus em Minas Gerais aumentou 44,8% nos últimos dois anos, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP). Em 2016, foram registradas 64 infrações em todo o estado em ônibus e micro-ônibus, trem e metrô. No ano passado foram 71. Este ano, apenas até setembro, foram 88 ocorrências.
Apesar do aumento no número de registros, vale ressaltar que casos de assédio sexual no transporte público ainda são extremamente subnotificados, o que indica que a realidade ainda é mais cruel para as mulheres mineiras. Para tentar reverter essa situação, os motoristas e as usuárias do transporte público de Belo Horizonte terão auxílio de uma nova tecnologia, que entrará na fase de testes nesta semana.
Desenvolvido pela empresa mineira JMM Tech, o sistema vai permitir que os motoristas acionem uma espécie de botão do pânico, que notificará imediatamente as forças de segurança do município.
As usuárias do transporte público poderão baixar um aplicativo que também terá esse recurso, além de permitir a captura de áudio e imagens para facilitar a identificação do agressor. Ao apertar o botão do pânico no app, o sistema acionará o Guarda Municipal mais próximo, que utilizará o sistema para verificar a localização do ônibus e a rota mais próxima até o local.
De acordo com Ernani Machado, CEO da JMM Tech, a ideia é inibir os casos de assédio e aumentar a possibilidade de defesa das mulheres vítimas do abuso. “Queremos diminuir o índice de assédio e agressões. Ainda esse ano o sistema já estará disponível em uma parcela significativa de ônibus da capital”, garante o empreendedor.
Violência doméstica
Essa não é a primeira iniciativa de Ernani na defesa dos direitos das mulheres. No ano passado, a JMM Tech lançou o aplicativo MUSA para ajudar no combate à violência doméstica. No app, a usuária registra alguém de confiança como seu Anjo que será notificado caso a mulher ative o sinal de perigo.
Além disso, o sistema tem sido usado por forças policiais que trabalham nesse tipo de segmento. É possível, ainda, registrar o potencial agressor, facilitando a identificação em caso de ataque, o que melhoraria a atuação policial.
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