Trabalho mapeou as áreas mais vulneráveis de Belo Horizonte e apontou as diretrizes necessárias para amenizar os impactos do aquecimento global
Por Alysson Lisboa/SIMI
Quais bairros de Belo Horizonte serão mais vulneráveis às chuvas e alagamentos no ano de 2030? Como o aquecimento do planeta pode afetar a cidade e como a prefeitura pode minimizar seus impactos?
Para responder essas e outras perguntas a Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com a empresa de base tecnológica WayCarbon, realizou o projeto: Análise de vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do município de Belo Horizonte. O trabalho concorreu com Nova Iorque e Paris na categoria Adaptação/Estudos e Análises. A premiação fez parte da programação da 6ª Cúpula Anual de Prefeitos da C40 e aconteceu na Cidade do México.
A Waycarbon começou suas operações em 2006 gerando relatórios sobre monitoramento de gases de efeito estufa para a indústria. Passados 10 anos, a empresa expandiu suas operações e vem ganhando reconhecimento por seu trabalho voltado a clima e emissão de gases de efeito estufa.
O recente estudo levou em conta os impactos climáticos e as ocorrências históricas de inundações, deslizamentos, dengue e ondas de calor. Segundo a pesquisa, até 2030 haverá um aumento de 32% na variação relativa à exposição climática de eventos associados às chuvas intensas em Belo Horizonte, o que potencializa o risco de inundações e deslizamentos.
Outro dado alarmante do trabalho aponta para a intensificação do desconforto térmico. As ondas de calor devem crescer 10 vezes até 2030, se comparado a 2016. As regiões norte e nordeste serão as mais impactadas. “Observamos uma maior probabilidade na intensidade das chuvas em pequenos espaços de tempo”, relatou Henrique Pereira, CEO da WayCarbon.
O relatório é pioneiro no Brasil é será crucial para que as políticas públicas consigam amenizar seus impactos e reduzir riscos de deslizamos ou incidência de dengue, por exemplo. “Não existe outra cidade no Brasil que possui um nível de informação sobre o clima e seus impactos, como a que temos aqui”, completou Henrique.
As vulnerabilidades por tipo de impacto potencial (inundação, deslizamento, dengue e ondas de calor) foram calculadas através do Model of Vulnerability Evaluation (MOVE). A plataforma de avaliação da vulnerabilidade e riscos associados às mudanças climáticas foi desenvolvido pela WayCarbon com parceria da FINEP, FAPEMIG e CNPq.
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Fotos: Acervo da PBH e Divulgação
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