O que são os Parques Tecnológicos e como eles se tornam celeiros de novas tecnologias.
Por BHTEC
Berço de empresas tecnológicas que despontam no cenário empreendedor de todo o mundo, os Parques Tecnológicos surgiram com a intenção de integrar os agentes de inovação em um único ambiente. Atualmente, no Brasil, já são 28 parques, que abrigam, ao todo, 939 empresas e são responsáveis por mais de 32.200 empregos, de acordo com o último levantamento da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Os parques surgiram buscando reproduzir o que aconteceu naturalmente no Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde várias empresas de base tecnológica foram construídas em uma área muito próxima. O parque do município de Stanford – que tem uma universidade de mesmo nome – foi a semente que iniciou o processo de inovação. Essa união de empresas progrediu nas cidades da região, fazendo com que a Califórnia deixasse de ser um estado agrícola para se tornar uma potência econômica, baseada em tecnologia.
Baseando-se na referência americana e situados em regiões estratégicas para a geração de conhecimento, os Parques Tecnológicos são áreas limitadas, onde são instaladas empresas de tecnologia, associações, laboratórios públicos e privados de desenvolvimento e serviços de apoio, como restaurantes, bancos e farmácia. O objetivo principal desses espaços é integrar mercado, academia e governos, criando formas de transformar pesquisas em soluções práticas para a sociedade.
Conquistas e oportunidades De acordo com a Anprotec, quase 1.100 dos profissionais que atuam em parques tecnológicos brasileiros são doutores, o que demonstra a alta qualificação reunida nesses ambientes. Segundo Ronaldo Tadêu Pena, um dos diretores da Anprotec e Diretor-Presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), reunir mentes relevantes é um dos benefícios que os parques proporcionam. “Em ambientes únicos de empreendedorismo, a inteligência fica concentrada, criando um espaço propício para a inovação.
Nos parques, as empresas instaladas desfrutam da convivência com outras de características similares, facilitando a troca de conhecimento e possibilitando projetos conjuntos”, afirma. Outro benefício são os incentivos ofertados pelos governos a empreendimentos sediados nos parques tecnológicos. A Prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, reduz o ISS (Imposto sobre Serviços) e o Governo do Estado de Minas Gerais possui uma linha de financiamento especial para essas empresas, com recursos do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais), chamada PROPTEC.
A proximidade com pesquisadores de grandes universidades proporciona, ainda, resultados que vão muito além da academia. Dados de 2012 indicam que o Brasil ocupa a 13ª colocação no ranking de produção científica (Scimago, 2013) e a 24ª colocação no ranking de depósitos de patentes (WIPO, 2010). Esses dados evidenciam a relevância dos parques científicos e tecnológicos, que aproximam pesquisas e empresas, permitindo que o conhecimento na forma de publicação de artigos científicos e de patentes tenha frutos na aplicação dos resultados no mercado. Desafios O principal entrave que os parques tecnológicos vivem atualmente no Brasil é a questão imobiliária, segundo o professor Ronaldo Tadêu Pena.
Um espaço que comporte um parque tem um custo elevado, por isso, os parques mais desenvolvidos do Brasil – TecnoPuc, em Porto Alegre, e Porto Digital, em Recife – já iniciaram seus projetos em prédios já existentes, minimizando os entraves estruturais. No principal parque tecnológico de Minas Gerais, o BH-TEC, a estrutura que atualmente conta com apenas um edifício já tem perspectivas de ampliação, com o projeto que prevê a construção de outros 13 prédios. Através de edital publicado neste mês, o Parque já planeja, para os próximos anos, a instalação de outros cinco prédios, que vão ampliar sua área construída em 207 mil m², o que representa um aumento de dez vezes o espaço disponível atualmente.
Somente em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES) já contabiliza cinco parques além do BH-TEC: o PTU, em Uberaba (em projeto); LavrasTec, em Lavras e PCTJFR, em Juiz de Fora (em implantação); PCTI, em Itajubá e TecnoPARQ, em Viçosa.
Fonte: BHTEC