O projeto que usa game para tratamento de fonoaudiologia ganha o prêmio de melhor startup e a empresa é considerada a mais dedicada
Por Alysson Lisboa/SIMI
Bruno e Trícia receberam o primeiro lugar
Dois jovens venceram o Demoday BiostartupLab com o aplicativo Fófuuu em evento que encerrou a pré-aceleração, hoje no BDMG. A Fófuuu foi reconhecida também como a startup que mais se dedicou durante o período de pré-aceleração do evento; o subsecretário Leonardo Dias foi quem entregou a premiação. O duplo reconhecimento tem motivo muito claro. A solução, idealizada pelos jovens Tricia Araujo e Bruno Tachinardi, despertou muito interesse por envolver e contribuir diretamente na melhoria da qualidade de vida das crianças que nascem com lábio leporino ou outros problemas que prejudicam a fala.
O game estimula os exercícios de fonoaudiologia de modo lúdico. As crianças brincam em aventuras na tela do celular, smartphone ou desktop, soprando em um microfone que foi desenvolvido especialmente para o projeto. A ideia é unir fonoaudiólogos, pacientes e família na busca de resultados que melhorem a qualidade de vida dos envolvidos.
O mercado é promissor. No mundo, são 10 milhões de crianças com problemas de comunicação, que precisam de fonoaudiólogos para tratamento. Além disso, os exercícios duram dois anos em média. A co-fundadora Tricia, que nasceu com lábio leporino, não escondeu a emoção ao falar sobre o sucesso do aplicativo. “Sei o quanto é difícil usar apitos ou outros materiais para tratar o problema.” E acrescenta: “Quero poder ajudar crianças do mundo inteiro com o Fófuuu”.
O segundo lugar do BiostartupLab ficou com a empresa Nanomark. Ela desenvolveu um composto magnético para a separação de DNA puro, que reduz o custo do processo e não necessita de refrigeração. A Bchem, empresa que desenvolve pequenas oficinas de beneficiamento de óleo usado para produção de biodiesel, ficou com o terceiro lugar no evento. Já foram firmadas parcerias com a Fiat e Supermercado Verdemar.
Veja a reportagem da TVSimi, no evento
Outras empresas inovadoras
Você já comeu grilos? Já pensou em fazer a pesagem de bois usando um celular? Propostas desse tipo também foram apresentadas no evento, realizado pela primeira vez pela Biominas Brasil e Sebrae, em parceria com o BDMG, Governo de Minas, Unimed e Natura. Das 160 startups, foram selecionadas 14 finalistas e pré-aceleradas após três meses. Apenas 10 apresentaram seus pitches no evento. O BioStartup Lab teve foco nas áreas: saúde humana, agronegócios e saúde animal, digital health e meio ambiente.
A inovação na área da saúde requer um investimento maior e também uma trajetória mais complexa. São diversos órgãos reguladores e equipamentos de alto custo. Por isso, é comum pensar que investir em empresas do segmento de ciência da vida é algo inviável. A diretora da Biominas, Angélica Salles, concorda que os projetos têm ciclos maiores de desenvolvimento e que também envolvem um risco maior. Mas, para ela, existem investidores dispostos a apoiar as empresas, mas realmente o foco está na inovação. “O que os investidores buscam são os bons projetos para investir”, completa Angélica.
Conheça as empresas que se apresentaram
Arágua – Equipamento para monitoramento da qualidade do ar e da água na indústria.
Arkmeds – Dispositivo para auxiliar no monitoramento da qualidade e manutenção de aparelhos hospitalares.
Bchem – Mini-usina para produção de biodiesel a partir de óleos residuais de baixa qualidade.
Fofuuu – Solução que ajuda pais e fonoaudiólogos a engajar crianças por meio de jogos eletrônicos.
Hakkuna – Produção de alimentos a partir de fontes de proteína de insetos
Imunotera – Produto capaz de controlar o crescimento de tumores induzidos pelo HPV
Leishnano – Produção de nanofármaco com liberação controlada para tratamento da Leishmaniose cutânea.
Nanomark – Composto magnético para separação de DNA puro.
Pesa Fácil – Software para pesagem de gado vivo a partir de imagem
P.S.I – Testes de potência de vacinas de animais para laboratórios
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