Confira artigo de Wilson Caldeira sobre a parceria do MGTI com a Universidade de Stanford
Por Wilson Caldeira
Alguns mantras de sucesso que são repetidos com frequência durante nossas vidas tornam-se sonhos. Afinal de contas, se vemos e ouvimos em vários lugares e de várias pessoas que algo é muito bom … realmente deve ser!
Na medida em que vamos vivendo e acumulando experiência, vários desses sonhos se desmancham, vários não se realizam, outros quando se tornam realidade, nos decepcionamos um pouco e conseguimos ver que a expectativa era muito maior que a entrega e, muito pouco desses sonhos superam a expectativa alimentada durante muito tempo (normalmente, quanto maior o tempo, maior é a expectativa). É nessa última categoria, da realidade superar o sonho, que encaixo a minha experiência pessoal na área de Inovação e Empreendedorismo com a Universidade de Stanford.
Por volta de 2013, graças a um evento de intercâmbio empresarial com a França, descobri um programa de Inovação e Empreendedorismo que já estava em sua quinta edição. Era exatamente voltado para empresas francesas de base tecnológica, realizado através de uma cooperação entre Stanford e a instituição francesa EuraTechnologies, na cidade de Lille.
Conversei com os gestores do EuraTechnologies e com alguns empreendedores franceses que participaram do programa e os depoimentos foram impressionantes em termos dos resultados obtidos nas quatro edições anteriores. Nesse momento me perguntei: Por que não fazer um programa semelhante para o Brasil? O que impede?
Graças a gentileza dos parceiros franceses, que me apresentaram aos responsáveis pelo programa, fui bater na porta de Stanford (isso mesmo, Brasil – Silicon Valley via França) com a proposta de realizarmos um programa semelhante por aqui (claro que não tinha a menor ideia de como essa proposta seria recebida: com entusiasmo, normalmente, friamente ou com desinteresse) e, para minha alegria, fui muito bem recebido e a proposta de fazer algo semelhante, no Brasil, com foco na cultura de empresas brasileiras de base tecnológica, via MGTI, analisada com muito carinho pelos coordenadores do programa em Stanford.
Aqui no Brasil o desafio não foi menor, pois para que o primeiro programa decolasse, necessitaríamos de um apoio financeiro, com subsídios parciais, que envolvesse várias entidades de fomento de Minas Gerais, pois o valor cobrado estava certamente acima do orçamento suportado pelas empresas alvo.
E graças ao esforço do MGTI, das entidades de fomento e do empenho de 25 empresas pioneiras de Minas Gerais, conseguimos realizar o programa em 2014, que contou com um módulo no Brasil, um módulo EAD e um módulo em Stanford, no coração do Silicon Valley.
Minha experiência pessoal, e posso afirmar também em nome de todos que participaram desse programa, é algo que não dá para narrar, tem que ser vivido. Mas de qualquer forma, vale destacar que a abordagem com a qual os professores/consultores/empresários (coloquei as barras, pois eles são fundidos em um único ser) de Stanford conduzem o programa, é única no aspecto de mesclar forte base conceitual com prática de negócios, ou seja, existe fundamento teórico forte e espera-se sustentabilidade financeira do negócio em discussão.
Outro aspecto que me chamou a atenção é a convivência com mentes brilhantes, pessoas de sucesso e que formam um network único no planeta. E se você, caro leitor, pensa que são pessoas inacessíveis, engano seu, pois parece que quanto maior é o resultado alcançado na vida (pessoal e/ou profissional) por essas pessoas, mais elas entendem que o relacionamento com outras pessoas, mesmo que não sejam tão brilhantes, é sempre enriquecedor.
Nunca estive em um ambiente tão estimulante em termos de aprendizado e geração de novas ideias. Minhas certezas foram abaladas o tempo todo, e isso, acreditem, leva a criatividade e a inovação em patamares superiores. Parafraseando alguns dos colegas da turma, posso dizer que “você não volta o mesmo de uma experiência desse tipo”.
Bem, mais o que aconteceu com as empresas que participaram do programa? Isso também é fascinante, pois os depoimentos de todas as empresas, quase dois anos depois, mostra que os resultados obtidos graças ao programa foram superiores em relação a tudo que já havia acontecido até então, sob o aspecto empresarial. E vejam que tínhamos todo espectro de empresas no grupo, desde empresas muito bem-sucedidas (mas que queriam inovar) até startups que mal tinham sido criadas e ainda buscam seu lugar ao sol.
E então o sonho se realizou? Acredito que o maior resultado para mim, foi a capacidade adquirida de sonhar mais alto, com os pés no chão, ou seja, em função do que aconteceu com a primeira turma, estava claro que faria todo sentido termos mais e mais empresas participando desse programa, de forma a mudar o “mindset” empresarial de inovação no Brasil.
Por isso, estou empenhado no lançamento, agora em 2016, da segunda turma do programa, novamente via MGTI. Diferentemente da primeira, ela é aberta para empresas de base tecnológica de todo o Brasil (a primeira foi apenas para empresas de Minas Gerais). O objetivo e conteúdo do programa são basicamente os mesmos (com melhorias em função dos feedbacks recebidos da primeira turma), a estrutura foi adaptada para que os custos pudessem ser reduzidos (com um mix de atividades on-line e presenciais no campus de Stanford).
O objetivo desse texto não é apenas fazer você ter vontade de participar desse programa, mas despertar em você, que de alguma forma está envolvido com inovação e empreendedorismo com base tecnológica, a capacidade de sonhar alto e realizar da melhor forma possível.
Caso seja do seu interesse, todas as informações e depoimentos referentes à turma de 2014 e as condições de inscrição para a turma de 2016 podem ser encontradas no link.
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