Yvonne Cagle é uma das pré-selecionadas para a missão que visa colocar humanos no planeta vermelho na década de 2030
Por Pedro Matos/SIMI
Durante a noite aqui na Terra, Marte parece ser apenas mais uma estrela no céu. Com um tom avermelhado, nosso planeta vizinho já rendeu diversas histórias sobre vida extraterrestre. Afinal, quem nunca ouviu falar dos marcianos? Hoje, a humanidade já sabe muito sobre Marte, contando inclusive com sondas e veículos no planeta, como o rover Opportunity.
Mas as ambições não param por aí. No ano passado, a Nasa anunciou seu plano de levar humanos a Marte até a década de 2030. A astronauta Yvonne Cagle é uma das pré-selecionadas para a missão e veio a Belo Horizonte no início deste mês para participar do Minas Digital Summit. “Nós planejamos ir para Marte em 2035. E é uma viagem que atualmente leva aproximadamente nove meses. Mas 2035 é longe o bastante para que a Academia encontre maneiras de reduzir esse período”, explica a astronauta da Nasa e mentora da Hyperloop Academy.
Veja a entrevista completa da TV SIMI com a astronauta Yvonne Cagle:
O projeto foi dividido em etapas e atualmente estão sendo realizados testes na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), que consiste na fase 0 do programa. A próxima parte, que deve ter início na próxima década, será a realização de quatro voos do mega foguete SLS, ainda em desenvolvimento, que levarão cápsulas Orion contendo quatro astronautas cada para as imediações da Lua.
O objetivo da missão ao nosso satélite natural é a construção de uma nova estação, chamada de Deep Space Gateway, que funcionará como uma espécie de porto espacial. A partir daí, terá início a fase 2 da missão Marte.
Nesse momento, a Nasa pretende realizar testes na órbita lunar com o veículo que terá o objetivo de levar os astronautas ao planeta vermelho. Por um ano, uma missão tripulada será realizada para testar todos os sistemas da nave.
Tudo dando certo, em 2033 os astronautas seguirão em direção a Marte, mas apenas para um bate volta, encerrando os testes em todos os sistemas, inclusive os humanos. Após essa viagem, que ao todo deve durar três anos, finalmente estaremos prontos para pousar em solo marciano.
Para isso, a equipe de cientistas trabalha na construção de um módulo de pouso e ascensão que será usado no planeta. “Temos toda a engenharia que precisamos para veículos e sustentabilidade. Nosso grande desafio é garantir que podemos fortalecer o corpo humano e entender como ele funciona nesses ambientes de diferentes gravidades para termos certeza de que o homem ou a mulher se mantenha no ritmo da viagem”, afirma Yvonne.
Nova casa
Mas nem todos da equipe pretendem sair do planeta. O plano consiste, também, na construção de uma base em solo marciano. Yvonne é uma das aspirantes a morar em Marte, mas claro, com o objetivo de realizar pesquisas e estudos para ajudar os avanços científicos aqui da Terra, mesmo que ainda não se saiba ao certo como garantir que os humanos possam sobreviver por longos períodos lá.
Pisar em Marte será, sem dúvida, um grande marco para a história da humanidade. Quem sabe daqui a alguns anos os marcianos, que imaginávamos como os convencionais “etezinhos” verdes, possam ser desenhados como nós, humanos.
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