Cellen pretende oferecer perspectiva de tratamento em lesões consideradas crônicas
Por Renato Carvalho/Simi
Quem tem um bichinho de estimação em casa não consegue nem imaginar como é a dor de ver o seu companheiro doente, não é mesmo? Às vezes os tratamentos mais comuns não são muito eficazes ou trazem perspectivas de regeneração. Pensando nisso, a médica veterinária Luciana Figueiredo, do Rio de Janeiro, criou a Cellen, uma startup especializada em cultivar células-tronco para uso veterinário.
A demanda das células para uso veterinário ainda não é alta, por ser uma tecnologia pouco difundida. Aí entra a proposta da Cellen: ser um banco de células-tronco obtidas a partir do tecido adiposo, medula óssea e cordão umbilical dos animais. “As células que irão compor o banco serão obtidas de tecido coletado do próprio paciente a ser tratado ou de animais doadores comprovadamente saudáveis”, explica a sócia-diretora da empresa.
Os benefícios são óbvios. Diversas lesões complicadas poderão ser tratadas. “Com a Cellen, os veterinários vão poder oferecer a seus pacientes uma alternativa de tratamento com perspectiva de regeneração de lesões diagnosticadas como crônicas e até mesmo incuráveis”, disse Figueiredo.
A Cellen surgiu a partir de uma equipe com experiência em terapia celular humana. Luciana trabalhava em uma pesquisa experimental envolvendo células-tronco. Após participar do desenvolvimento de um estudo clínico em humanos, a equipe vislumbrou a possibilidade de montar um banco de células-tronco para uso veterinário. A startup está há menos de um ano na incubadora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFJR).
Mercado
A expectativa da startup é oferecer os materiais até o fim deste ano. Como as células precisam ser injetadas nos animais em até 24 horas após deixarem o banco, a empresa quer conquistar o mercado local, que não possui iniciativas parecidas. Existem apenas cinco bancos de células-tronco para uso veterinário no país. Três em São Paulo, um em Brasília e outro no Rio Grande do Sul.
Foto: Pixabay
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