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Big data: o novo petróleo do mundo

Como uma nova corrida do ouro, a capacidade de capturar, refinar e analisar dados vai distinguir as nações na economia do século 21


Por Alysson Lisboa

Estamos diante de uma revolução que já está alterando as principais indústrias do século 21. O big data chegou para mudar, por completo, as relações entre marcas, indústrias e audiência. E isso é apenas o começo! Dados estruturados, que representam somente 5% de todo volume gerado na internet, podem resultar em impressões detalhadas do mundo e o comportamento social de mais de 3 bilhões de usuários da rede mundial.

A captura, raspagem e manipulação de dados protagonizam novas dinâmicas sociais que acontecem, majoritariamente, por meio dos dispositivos móveis. Dados do Instituto Nielsen revelam que o Brasil já ultrapassou a marca de 72 milhões de smartphones e 75% dos brasileiros usuários do dispositivo interagem em redes sociais. A pesquisa revela ainda que 56% dos jovens utilizam a localização baseada em serviços de GPS acoplados aos celulares. Entre os países analisados, o Brasil está atrás apenas da Coréia do Sul (59%). O rastro deixado por nós é um poderoso conteúdo, quase invisível, que já desperta o interesse das maiores indústrias de tecnologia do mundo.

Nossas conexões trafegam por uma entremeada e complexa teia composta por portais de notícia, blogs e aplicativos. O imenso volume de dados produzidos quando fazemos um simples comentário em redes sociais, check-ins em aplicativos ou solicitamos um táxi via app, produzem preciosas informações e comportamento dos usuários. Os pesquisadores Mayer-Schönberger e Cukier autores do livro Big Data, la revolución de los datos masivos, publicado em 2013, trazem detalhes sobre uma pesquisa realizada pelo Google, a Flu Trends. A partir da análise de dados de seus usuários nos Estados Unidos, foi possível prever uma epidemia de gripe em determinada região. Os dados capturados nas buscas por palavras-chave foram capazes de predizer a propagação da gripe. Esse e tantos outros exemplos do uso de dados geram o interesse dos pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento.

Para se ter uma ideia do volume de dados produzido hoje no mundo, se fossem gravados em CD-ROMs e empilhados, chegariam à superfície da Lua, formando cinco pilhas separadas. Na era dos ganhos exponenciais, a quantidade de arquivos e rastros informacionais espalhados pela grande rede cresce mais rapidamente que a economia mundial. Os ganhos exponenciais aumentam a capacidade de processamento dos computadores que avançam a uma velocidade nove vezes maior a cada ano. Segundo a consultoria IDC, até 2020 terão sido produzidos 40 zettabytes de dados, o que equivale a 40 trilhões de gigabytes.

Os dados não funcionam sozinhos
No Brasil, o portal dados.gov.br é um grande repositório de informações e links para centenas de órgãos federais em montanhas de dados. Em Minas Gerais já está disponível o portal DataViva uma poderosa ferramenta com informações econômicas dos últimos 10 anos. Mas nada disso tem sentido se não houver um refinamento por parte de um especialista com conhecimento em estatística e mapeamento. É necessário transformar dado em conhecimento, mas a capacitação desse tipo de profissional ainda é incipiente no Brasil. 

Segundo o pesquisador Rob Kitchin, autor do livro The Data Revolution, publicado em 2014, um encontro realizado nos Estados Unidos com diversos especialistas traçou oito princípios básicos dos dados abertos. No documento, foi acordado que todos os dados públicos devem ser disponibilizados e não estão sujeitos a restrições de privacidade, segurança ou privilégios de acesso. Além disso, os dados devem ser coletados na fonte com o maior nível de detalhamento possível. Devem também estar disponíveis tão rapidamente quanto necessário para preservar seu valor.

Ainda segundo o relatório, os dados devem estar disponíveis em um formato sobre o qual nenhuma entidade tem o controle exclusivo e não estão sujeitos a quaisquer direitos de autor, patentes, marcas comerciais ou regulamento secreto. Entregamos nossos dados às empresas de tecnologia e não temos mais direito sobre elas? Informações que incluem nossos gostos musicais, dados de saúde, filmes que assistimos, o que escrevemos ou compartilhamos. Todo esse mundo de dados está sendo processado e vendido a preço de ouro. As informações estruturadas e trabalhadas a partir da raspagem de dados geram valor e conhecimento. Quem domina o conhecimento, por sua vez, tem soberania. Será que o Brasil está no caminho certo para explorar esse novo petróleo?

Fonte:

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